segunda-feira, 9 de março de 2015

Sobre pilotos devagardes e tapetões


Não, o título não está errado.

Aqui vão algumas considerações sobre o caso Giedo van der Garde (percebam o motivo do trocadilho aqui) vs Sauber.

Não é mais novidade para ninguém que o holandês foi para o pau contra a Sauber na justiça, a fim de conseguir uma vaga de titular na escuderia helvética, e que já pretende correr no GP da Austrália, etapa inicial do campeonato, prevista para este domingo (15), no lugar do brasileiro Felipe Nasr ou do sueco Marcus Ericsson, titulares atuais do time. Ele apelou para a justiça australiana, no estado de Victoria (cuja capital é Melbourne, onde será realizado o GP australiano).

O caso está sendo julgado pela justiça australiana, que decidirá se o holandês terá direito ou não a essa vaga.

Mas van der Garde parece ter pirado na batatinha. Tomou uma decisão que pôs em cheque não só sua carreira no automobilismo, mas também sua vida.

1. Mesmo que ele ganhe, ninguém o quer lá. Podem até boicotá-lo, tipo deixá-lo com o carro em cima do cavalete como a Ferrari fez com Rubens Barrichello em 2002.

2. Nenhuma outra equipe na Fórmula 1 irá querê-lo depois disso. Processar judicialmente uma escuderia é, talvez, o maior golpe que um piloto pode desferir sobre sua vida útil no automobilismo. O alemão Nick Heidfeld (que, pessoalmente, acho muito mais gabaritado e respaldado que Giedo) cometeu esse erro contra a Renault (hoje Lotus) em 2011. E enterrou sua carreira na F1 em decorrência disso.

3. A Sauber chegou a argumentar que, mesmo que ele ganhe a causa, van der Garde nunca guiou o C34, bólido da escuderia suíça deste ano, e não há tempo hábil para a confecção de um assento para ele, o que poderia ocasionar um grave risco à sua vida. Embora não seja um argumento que deponha necessariamente contra o suposto direito de van der Garde à vaga, eu concordo com a preocupação do time.

Pelo que li por aí (não sei se é verdade, corrijam-me nos comentários se estiver errado), a oferta da vaga a Van der Garde estava condicionada ao amealhamento de patrocínios pelo holandês até determinada época do ano passado. Como ele não obteve sucesso nesta tarefa, a vaga foi preenchida com dois pilotos pagantes, Nasr e Ericsson (que se fizeram presentes ao julgamento da causa).

Talvez nenhum outro time de alguma outra categoria do automobilismo o receba, a menos que ele tenha realmente muito dinheiro nas mãos - ou invente de usar sua imagem de "já fui piloto de F1". Se é que ele ainda pode amealhar algo com isso.

No mais, (a partir daqui esqueçam a seriedade, é opinião minha mesmo) nunca gostei de van der Garde, sempre o achei um piloto completamente sem sal e não fará a menor falta se perder a causa, veredicto para o qual eu torço veementemente. E além de ser pouquíssimo carismático, o neerlandês ainda faz questão de ser um pé no saco.

Se bem que a Sauber, caso perca a causa, poderia muito bem deixar mesmo um cavalete embaixo do carro dele mesmo antes da largada. Seria muito, mas muito cômico.

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