sexta-feira, 25 de março de 2016

Sobre... Demolidor mesmo

É difícil escolher as palavras para escrever.

É difícil até começar a escrever.

Terminei de ver a primeira temporada de Demolidor há poucos minutos.

Algumas coisas, posso dizer que introjetei a partir de prévia experiência com Jessica Jones.

A sensação de estar vendo um filme de 13 horas, por exemplo.

Mas, dessa vez, aqui temos um grande roteiro.

Temos episódios que, claro, dependem uns dos outros para manter a coesão da série.

Mas cada roteiro de cada episódio tem seu papel importante na série. Não há sequer UM episódio inútil.

E ela tem vários focos.

Se, em "Jessica Jones", tínhamos como foco quase absoluto os dois protagonistas, num roteiro prolixo e cansativo...

... em "Demolidor", vemos vários personagens importantes contracenando, cada um com sua devida importância.

E praticamente cada fato narrado é de suma importância para a compreensão do enredo.

Para isso, o desenvolvimento dos personagens no roteiro é fantástico, e as atuações são memoráveis (destaques, obviamente, para Charlie Cox, Vincent D'Onofrio e Vondie Curtis-Hall).

O que é aquele Wilson Fisk?! Eu vi o Rei do Crime dos quadrinhos ESCULPIDO em Vincent D'Onofrio!

O ator interpreta Fisk de maneira magistral.

Ben Urich, personagem de Curtis-Hall, é envolvente e um grande mentor na série.

Suas frases são marcantes. Uma delas estará ao final deste post.

Indispensável também falar de Scott Glenn, como Stick. Um grande mentor para Matt Murdock.

Destaque ainda para a composição da trilha sonora, sobretudo da abertura.

A melodia segue o ritmo de uma frequência cardíaca. Matt Murdock sabe que uma pessoa está mentindo ao ouvir seu coração. Genial.

Isso para não falar das inúmeras e geniais composições de J.S. Bach, presentes ao longo da série.

A fotografia deu um clima sombrio à ambientação da série, algo essencial quando estamos falando de um personagem como o Demolidor e de um roteiro que favorece uma trama com ares de investigação e suspense policial como esta.

Como um amigo meu disse: o cuidado ao fazerem essa série foi exemplar.

O resultado foi magistral.

Tanto que conjecturei à exaustão sobre quaisquer erros da série e não consegui lembrar de nenhum.

Posso dizer: é uma das melhores coisas sobre super-heróis que eu já vi.

De hqs, filmes ou séries.

E bora pra segunda temporada!

Nota: 10

Beijo na bunda e até segunda.

Você colhe o que semeia.’

É um velho ditado.
Um que sobreviveu ao tempo, porque é verdade.
Na maior parte.
Mas não para todos.
Alguns colhem mais do que semeiam.
Porque acreditam não ser como os outros.

Que as regras, aquelas de gente como você e eu, gente que batalha para viver, não se aplicam a eles.

Que eles podem fazer o que quiserem e viver felizes para sempre, enquanto o resto de nós sofre.

Eles fazem isso nas sombras. Sombras que criamos.
Com nossa indiferença. Com nossa incrível falta de interesse em algo que não nos afete diretamente, aqui e agora.

Ou talvez seja a sombra do cansaço. De como estamos cansados de batalhar para voltar a uma classe média que não mais existe, por causa daqueles que pegam mais do que merecem.

E continuam pegando, até que só reste para nós uma lembrança de como as coisas eram antes das corporações e lucros decidirem que não importamos mais.

Mas importamos.

Você e eu. As pessoas desta cidade.

Nós ainda importamos.

(Ben Urich)

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