terça-feira, 26 de março de 2013

Desabafo


Galera, gostaria de falar algo a respeito das últimas coisas aqui no blog. Sim, será sobre o GP da Malásia, disputado no último domingo. Eu e o Joab Gomes Fernandes, também escritor do blog, postamos opiniões a respeito. Ambos criticamos Vettel, só que ele o fez de maneira mais incisiva que eu. A razão é simples: Eu sou fã do alemão. Ele, nem tanto. Isso, sem dúvida, gerou uma disparidade entre opiniões no blog. E a questão é a seguinte: Será que a página fica saturada? É uma questão que eu não sei se ele se faz, mas eu me faço esta pergunta, às vezes.

Isso era ainda mais notório no ano passado, quando Michael Schumacher ainda pertencia ao grid da Fórmula 1. O alemão mais velho, piloto de quem eu sou fã declarado, não era visto com esse afinco pelo meu amigo e companheiro de escrita. A alcunha de "Praga", na minha opinião, injusta, não raramente era utilizada por ele em seus posts, bem como em suas redes sociais. Parece que estou a enrolar e levando este post no "embromation". Apenas parece. Mas tudo o que estou a escrever caminha para uma conclusão que, creio eu, será interessante.

Agora, respondendo a mim mesmo, em verdade eu vos digo: O ambiente não é saturado, mas nem se visto de longe. Gosto de fazer parceria com o Joab, temos opiniões diferentes sobre diversas coisas nesta paixão, comum a nós dois, que se chama automobilismo. Mas, como editor do blog, nunca censurei quaisquer opiniões do cara. Em raros momentos fiz pequenas correções a algumas informações por ele apresentadas em suas análises, mas nunca passou disso. Este blog é de quem o faz. Ele não escreve para mim, não deve satisfações a mim sobre as opiniões que mostra, e nem eu a ele. Coloco muito as coisas num pé de igualdade para nós dois, enquanto formadores de opinião do automobilismo.

Enfim. Não vou dizer que gosto sempre do que ele fala ou que respeito o que ele fala, mas eu dei o espaço para que ele fizesse sua coluna após cada GP após uma iniciativa dele de propor que novos colunistas fizessem parte do blog. E é ótimo ter opiniões diferentes aí. Trazem dinâmica ao blog.

Pois é. Obrigado, Joab, pela parceria!

Aquele abraço a todos.

segunda-feira, 25 de março de 2013

De repente, Vettel virou o maior filho da puta da Fórmula 1



Uma chuva de críticas caiu sobre Sebastian Vettel hoje, após o GP da Malásia de 2013. O tedesco de 25 anos, atual tricampeão do mundo, desobedeceu a uma ordem da equipe de poupar pneus e alterar o mapeamento do motor e não manteve as posições até o final da prova, e atacou Mark Webber, no que eclodiu numa disputa antológica pela vitória no último domingo. Depois da vitória, da torta de climão e das inúmeras críticas (principalmente do australiano) fora um pedido de desculpas a ele, hoje, Sebastian Vettel passou de mocinho ao maior sacana de todos os tempos da Fórmula 1.

Desculpem pela extrapolação irônica, mas acho que se faz necessária. Beleza, o cara errou pacas ao atacar o companheiro de forma desleal, descumprindo as ordens da equipe, mas o que tenho visto em comentários e críticas não é para tanto. Algumas - poucas - críticas aquiescidas, de fato, mas muita reação violenta. Fora que foi uma bela de uma disputa. Vettel passou de grande piloto a quase Dick Vigarista em questão de horas, quando precisou de anos para ter - de forma merecida - status de gênio. Todo grande piloto ganha, perde, surpreende e trapaceia, como já disse sábia e ponderadamente o jornalista José Henrique Mariante.

Como também disse Mariante, "o esporte, muitas vezes, não passa de um exercício de hipocrisia. Heróis são criados e incompetentes são eleitos ao sabor do conveniente." Fato. John Watson, ex-piloto inglês, chegou a falar que a Red Bull deveria suspender o tedesco por uma corrida. Aí a gente se pergunta: Por que essa gente aumenta tanto uma picuinha de um piloto como Vettel - aumento esse um velho conhecido de Schumacher -, e minimiza as de Ayrton Senna, por exemplo?

A resposta é: Hipocrisia. Vettel é um gênio e um dos melhores pilotos de todos os tempos, e entrou para o hall dos grandes campeões em 2012. Tem bons antecedentes - a despeito do distante acidente com Webber em 2010, na Turquia. Mas ainda é o piloto que, se errar, todos crucificam, jogam pedras, degolam etc. Por que? Porque muitos acham conveniente fazer isso. Talvez, quando ele conseguir algum título na Ferrari ou na McLaren, equipes tradicionalíssimas, ele ganhe a complacência e o consentimento de todo mundo. Mas a Red Bull é a intrusa entre as grandes, nesse momento. Assim como a Benetton, nos tempos de Michael Schumacher, também o era, e o alemão era constantemente alvo de inúmeras críticas. Só digo uma coisa: Sebastian Vettel incomoda muita gente. Acho que todos sabem o porque.

Um beijo na bunda. E tchau.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Repostagem - Para refrescar a memória - GP da Alemanha de 2000


2000, Grande Prêmio da Alemanha, em Hockenheim. A disputa do título estava entre o finlandês Mika Hakkinen, da McLaren-Mercedes e o alemão Michael Schumacher, da Ferrari. David Coulthard, companheiro de Hakkinen, largou na pole-position, seguido de Michael. Giancarlo Fisichella, da Benetton-Playlife, foi o terceiro e Hakkinen, o quarto.


Na largada, Coulthard, Schumacher e Fisichella largaram mal, mas Hakkinen largou muito bem. Preocupado em trancar Michael, Coulthard o jogou para cima de Fisichella e os dois bateram. Fim de prova para Fisichella e Schumacher, para desespero da Ferrari e de seu empresário, Willi Weber. Tendo largado em 18º lugar, Rubens Barrichello, companheiro de Schumacher, vinha fazendo uma grande corrida. No final da primeira volta, a ordem era a seguinte : Hakkinen, Coulthard, Trulli (Jordan), de la Rosa (Arrows), Johnny Herbert e Irvine (Jaguar), Verstappen (Arrows), Jacques Villeneuve e Ricardo Zonta (BAR) e Rubens (Ferrari).

Na volta 17, um ex-empregado da Mercedes-Benz, insatisfeito, apareceu na pista com uma placa, na qual estava escrito o seguinte : "A Mercedes Benz, que sabia dos meus problemas cardíacos, me ofereceu um trabalho que eu não podia realizar e depois me demitiu por inaptidão física após 20 anos de serviço. Ele atravessou a pista e os oficiais de pista o capturaram. Então, o safety car foi à pista até que o homem fosse preso. Mas, na situação da corrida, esse incidente ajudou muito a Barrichello, pois o igualou com os outros em pit stops. A sequência dos pilotos ficou a seguinte : Hakkinen, Trulli, Barrichello, de la Rosa, Frentzen, Villeneuve, Zonta, Mika Salo, Jenson Button e Nick Heidfeld. Quando o safety car voltou aos boxes, Jean Alesi e Pedro Paulo Diniz bateram, fazendo o safety car voltar à pista. Coulthard conseguiu ultrapassar Heidfeld e Button e, assim, ganhar 4 posições.

Depois que o safety car voltou novamente aos boxes, mais drama : Villeneuve e Ricardo Zonta, companheiros de equipe, se tocaram e o canadense rodou. Depois, na mesma volta, Coulthard passou Salo e conseguiu a sexta posição.

Aí, choveu.

Jarno Trulli, da Jordan-Mugen Honda, levou uma penalidade de 10 segundos por ter ultrapassado sob bandeira amarela. Hakkinen parou para colocar pneus de chuva e muitos outros também o fizeram. Os que não pararam agora ocupavam as quatro primeiras posições : Barrichello, Frentzen, Coulthard e Zonta. Hakkinen voltou em quinto, Salo em sexto e Button em sétimo, após passar Pedro de la Rosa. Zonta também recebeu uma penalidade de 10 segundos nos boxes pela mesma razão que Jarno Trulli. Assim, perdeu sua concentração e rodou na volta 38. Fim de prova para ele. Coulthard parou nos boxes para colocar pneus de seco. Ele voltou em quarto, à frente de Salo e Button.

Na volta 40, Frentzen teve uma pane elétrica e abandonou após estar em segundo. Como Hockenheim era um dos maiores circuitos do ano, a pista estava muito molhada em alguns pontos, pouco molhada em outros e até mesmo seca em outros. Hakkinen estava 7.5s atrás de Barrichello e ganhou vantagem considerável nas partes mais molhadas do circuito antes de perder a maior parte do tempo nas mais secas.



Assim, administrando essa vantagem, Barrichello conseguiu, de forma espetacular e quase heróica, a primeira vitória de sua carreira na Fórmula 1. Hakkinen foi o segundo, Coulthard foi o terceiro e completou o podium. Button passou Salo e foi o quarto. de la Rosa completou a zona de pontuação. Na comemoração, Barrichello recebeu as congratulações de grande parte dos que estavam presentes. No podium, após chorar copiosamente, ele foi erguido no ar por Hakkinen e Coulthard.