domingo, 14 de abril de 2013

Fernando Alonso: Por que tão superestimado?



Já falei que não irei fazer a postagem sobre a Fórmula 1 hoje, mas vou falar algo sobre a vitória de Fernando Alonso no GP da China. Eu vi a corrida e vou deixar para fazer a coluna para um site chamado "Nobres do Grid", cuja vaga livre para colunista tem me interessado. Well... Alonso venceu com maestria, perfeito na estratégia escolhida, com um carro muito bom em ritmo de corrida, ficou feliz da vida, teve um orgasmo em cada ultrapassagem que fez no Sebastian Vettel depois de passar 3 anos perdendo títulos para o tedesco...

Enfim. Nada do que eu disse é novidade, jornalistas de tudo quanto é buraco falam o mesmo que este blogueiro aqui e mais um pouco. Mas o desempenho superior de Alonso não é por acaso. Nas duas corridas anteriores, houve carros melhores que a Ferrari em desempenho de corrida e classificação, notavelmente a Red Bull e a Lotus. Na China, onde sabidamente a Red Bull não vai bem (nunca foi, a despeito de ter conseguido sua primeira vitória em solo chinês em 2009 sob chuva impiedosa) o espanhol foi terceiro no grid. OK, sabemos que Mercedes e Lotus foram melhores que a Ferrari em classificação, mas ainda assim acho que foi circunstancial. O carro da Red Bull come pneus como um capiroto, Vettel nem marcou tempos para poupar pneus para a prova e Mark Webber largou do pitlane após ficar sem combustível no Q2 e a equipe trocar sua caixa de velocidades.

Na corrida, fez o dever de casa: Largou bem, passando Kimi Raikkonen (que largou muito mal), arquitetou uma bela estratégia com a equipe, foi agressivo e resiliente quando precisou e ganhou a prova. Ao chegar no parc fermé, pegou uma bandeira da Ferrari, subiu no carro e hasteou a bandeira. Um belo ato de comemoração. Porém, uma chuva de jornalistas explodiu em elogios, numa bela "babação de ovo". Teve gente que vaticinou que ele seria campeão, tem um carro honesto no que tange ritmo de corrida e etc. Mais ou menos do jeito que faziam quando o espanhol era líder isolado do campeonato no ano passado, ainda na sua metade. Mas neste caso, estamos apenas na terceira corrida do campeonato.

Terceira corrida do campeonato. E semana que vem tem GP do Bahrein. Pombas! Por que tudo isso? OK, já fiz o mesmo com Vettel ainda no começo do campeonato, acreditando que ele seria campeão da forma como foi em 2011, mas o Vettel tem crédito para isso, é o atual tricampeão e sua equipe tem um ótimo baseline desde 2009. A Ferrari todo ano vem com uma faceta diferente e acaba se dando mal. Dá para dizer se esse ano será do mesmo jeito? Talvez sim, talvez não. Mas no ano passado, faziam toda esta babação de ovo também. Deu no que deu: Na reta final, a Ferrari perdeu a mão do desenvolvimento e a Red Bull cavou todo mundo. Quem garante que a Ferrari não cairá na mesma desgraça de 2012? Quem garante que a Lotus ou até a Mercedes, que é um carro verdadeiramente bom neste ano mas sofre com gula de capiroto por pneus, não virá com algumas evoluções que farão seu carro melhorar? Falo isso porque não necessariamente tem de ser a Red Bull, mas a equipe austríaca tem também um belo poder de reação, e não é à toa.

Terceira corrida do campeonato é pouco para demarcar aqueles que lutarão de fato e de direito pelo título mundial. Ainda teremos reviravoltas. Até a sétima corrida do ano passado, no Canadá, o vencedor se repetiu. Este ano, temos 3 corridas e 3 vitoriosos diferentes, de 3 equipes diferentes. Tem a McLaren, que vai tentar salvar seu projeto vagabundo, tem a Lotus que começou muito bem com aspiração a título, enfim. E a Red Bull foi a única que conseguiu ser rápida nas duas primeiras corridas. Então, pisem fundo no freio, jornalistas, a crítica é para vocês mesmo (até porque não tem como elevar ainda mais minha implicância com Fernando Alonso, risos), porque ainda temos mais 16 etapas, ainda vai chegar a hora da Ferrari perder o rumo, para não perder o costume (essa última é uma zoaçãozinha com meus amigos ferraristas, risos) e é isso.

Abraços a todos, super beijo, boa páscoa, e que dê tudo certo para vocês neste hanukkah.