quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Sobre um eleitor frustrado



"É preciso coragem para enfrentar os inimigos. Mas é preciso ainda mais coragem para enfrentar os amigos."

(Alvo Dumbledore)

Votei na Dilma e no PT no ano passado.

Não sou burro.

Não vendi meu voto.

Não sou pago pelo governo para continuar defendendo sua permanência.

Estou me sentindo - já faz algum tempo - lesado.

Eu votei por um projeto que me foi mostrado e que me era palpável, no qual eu acreditava que era o que o Brasil precisava.

Como também o fizeram outros 54 milhões de eleitores nas urnas no ano passado.

Não estou aqui dizendo que eu ainda defendo o governo. 

Não sou a favor dos desmandos que Dilma está perpetrando, suas alianças nefastas, suas medidas destrutivas que agradam a todos os que a querem fora do poder. 

Mas nenhuma migalha para seus eleitores, nem um caraminguá sequer para quem nela votou.

Dilma teria a seu dispor uma legião apaixonada, pronta a tomar as ruas se quisesse começar a agir de forma mais imponente e começasse a defender suas pautas.

Mas ela continua fazendo alianças e intermináveis concessões com o PMDB e as elites, que por sua vez continuarão engrossando as vozes por Impeachment. Ou renúncia.

Tentamos ajudar, mas ela não ajuda...

Nessas circunstâncias, embora muitos comprem a tese de que o criador da "Dilma Bolada" tenha abandonado o barco porque "a mesada miou", ele tem uma razão muito compreensível para fazê-lo que não necessariamente envolva a famigerada ideia de que estaria sendo pago.

Quem quiser dizer que eu sou ingênuo por crer que o cara não estava sendo pago, pode dizer, caguei.

Querem criticar o governo? Podem criticar, mas que seja com racionalidade.

Mas não torturem os eleitores de Dilma.

Podem acreditar: Se vocês se sentem frustrados, não podem imaginar o quanto eu e certamente a maioria dos 54 milhões de eleitores dela estamos, tendo votado em um projeto que ela abandonou à própria sorte.

Eles não tem culpa de nada. Votaram por um projeto em que acreditavam, assim como qualquer um de vocês faria.

Mas cuidado.

Isso não significa que eu estou abandonando o governo e começando a fazer coro de Impeachment.

E muito menos que hoje eu votaria no Aécio. Jamais eu votaria no Aécio.

Sou a favor de que Dilma continue governando, pois seria um desrespeito ao nosso voto se ela fosse colocada para fora sem mais nem menos.

Popularidade baixa? Base aliada no congresso reduzida? Isso não é motivo para impeachment.

Um crime de responsabilidade sim, o seria. 

Nas circunstâncias atuais, não cabe impeachment.

Enfim, fica meu desabafo.

E um apelo: 

Dilma, fica. Mas, pelo amor de Asimov, melhora.

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