domingo, 12 de abril de 2015

Sobre Riccardo Rosberg (ou Nico Patrese?)

Nico Rosberg Mercedes AMG F1 in the FIA Press Conference
Nico está nocauteado


Pois é.

Se havia alguma esperança quanto a uma disputa interna na Mercedes neste ano, o que foi a única coisa que empolgou um pouco o campeonato de 2014, essa esperança parece não existir mais. E se ainda existe, não tem mais fundamento.

Lewis Hamilton é simplesmente inalcançável ante as mãos do alemão Nico Rosberg. São três poles consecutivas e duas vitórias do inglês, contra dois segundos lugares e um terceiro do alemão.

Nesse GP da China, Rosberg extravasou sua insatisfação. Mais de uma vez. 

Quando recebeu a notícia, pelo rádio, de que, mesmo dando mais do que pode de si, ficou a 42 milésimos do tempo da pole do companheiro, Rosberg soltou um sonoro e inconfundível "Ah, qualé?!". Na corrida, nunca foi uma ameaça ao inglês, que controlou todos os aspectos das 56 voltas chinesas como bem entendeu e não foi ameaçado por mais ninguém.

No pódio, cara de ânus. Era claro para qualquer um ali que o alemão não estava satisfeito. 

Como se não bastasse, Nico tentou lavar roupa suja com Hamilton justamente na coletiva de imprensa após o pódio. Disse que Lewis teria atrapalhando seu segundo stint e que por isso não fora rápido o suficiente. Na mesma hora, tomou um esporro do parceiro, que disse que não era responsável pela corrida dos outros e sim pela sua própria. Se eu fosse Rosberg depois de uma dessas, só daria as caras no Bahrein com um saco de pães na cabeça, porque olha...

Nico está destroçado. Derrotado. Limado. Podado. Acabado. Dominado. Seu psicológico está completamente abalado. Hamilton o destruiu. E o tedesco está transparecendo isso como nunca. Ele sabe que não está pilotando o suficiente para dar combate a Hamilton e já reconheceu isso uma vez. Mas agora, Rosberg viu que não adiantava nada reconhecer que estava mal. A solução que encontrou para mostrar que não estava satisfeito? Jogar para a galera. E se estava mal, ficou péssimo.

O caso de Nico Rosberg na Mercedes não é único. Lembra Nigel Mansell e Riccardo Patrese na Williams, em 1992. Enquanto Mansell voava com a Williams-Renault FW14B, considerada "de outro planeta", Patrese passava maus bocados e não raro era a "Williams-saco-de-pancadas". Patrese só venceu uma corrida naquele ano (GP do Japão de 1992). E, assim como Rosberg, o italiano era inofensivo a Mansell, que rumou para seu primeiro e único título na Fórmula 1.

O problema de Rosberg é que esse tipo de conduta irá, inexoravelmente, abalar sua imagem de piloto centrado e ponderado. Nessas condições, seu ambiente na Mercedes ficará insustentável. 

Se quiser dar combate a Hamilton, vai ter que pilotar muito mais do que isso. 

Outra opção - a melhor para o alemão, em vista do seu pífio desempenho até aqui - é sair da Mercedes e tentar a sorte em outra equipe, uma em que não tenha concorrência tão desleal. Porque sim, Hamilton tem um talento natural contra o qual Rosberg deu sinais de que não pode lutar.

Se não puder fazer a linha de piloto combativo e mesmo assim quiser continuar na Mercedes, vai ter que mudar essa postura de chorão, pois tudo o que uma equipe não quer nos dias de hoje - ainda mais uma equipe dominante, como a Mercedes - é um piloto trocando farpas com o outro em público.

Nas três hipóteses possíveis, ele vai ter que mudar essa conduta. 

Na boa, Nico, gosto de você e o acho um piloto fenomenal. Até torci por você em 2014. 

Mas ficar dando uma de chorãozinho só vai deixar claro que você não é tudo isso. Muito pelo contrário.

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