segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Sobre IT - Capítulo 2

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Bem... Vi, enfim, o IT - A Coisa, capítulo 2, adaptação do livro homônimo do Stephen King e blá blá blá, todo mundo já sabe.

Fui sem muita expectativa, apesar de o primeiro filme ter me agradado muito. Embora houvesse uma exigência de este projeto, no mínimo, encerrar satisfatoriamente os conflitos do primeiro filme, eu me enxuguei ao máximo de expectativas e fui sem taaaaanta hype assim, tanto que demorei pra ver.

E saí satisfeito do cinema, posso dizer. O filme, evidentemente, não repete a grandiosidade de seu antecessor e há aqui mais erros, conveniências narrativas e clichês. Mas há os méritos e estes não são poucos.

A proposta do filme, assim como no primeiro, é bem perturbadora. Derry definitivamente é uma cidade bizarra, com gente mais bizarra ainda e isso dá margem a abordagem de muitos temas que são gatilhos para o espectador. Quem tiver traumas com abusos psicológicos ou físicos de qualquer natureza, não deveria ver este longa. E não preciso nem dizer nada com relação ao palhaço, que é um tiro no cérebro de quem tem coulrofobia (medo/aversão a palhaços).

O roteiro começa ágil, com uma tentativa de desenvolver os personagens adultos. Mas dá uma bela engasgada no segundo ato, que se arrasta muito com cenas desnecessariamente longas envolvendo cada um dos personagens e suas alucinações com Pennywise. O ritmo é chato e os sustos, previsíveis. Depois de um tempo fica facílimo prever quando o barulhão vai vir.

Outra coisa... nessas cenas os personagens parecem perder a noção do perigo e são imbecilmente corajosos em situações que normalmente já fariam a gente cagar a bunda inteirinha. Tipo porões escuros e uma casa esquisita com uma pessoa mais esquisita ainda. Tipo... por um lado estes dois projetos meteram os dois pés na porta quebrando o paradigma de que criança não é mutilada em filmes (e neste segundo a coisa é mais violenta ainda para os pequenos) mas susto adoidado e conveniência de gênero tá valendo total? Neste sentido essa sequência é um tanto decepcionante.

O terceiro ato é bem ágil e divertido, mas não gostei das luzes piscando e isso dura praticamente todo o clímax da luta final entre o clube dos otários e Pennywise. Muito incômodo, desnecessário e me tirou muito da imersão. E às vezes é um pouco difícil de entender tudo o que está acontecendo. Mas o desfecho é totalmente satisfatório e cumpre muito bem a missão de concluir a história.

Em suma, a direção do Andy Muschietti é hábil no primeiro e no terceiro atos, mas perde muito a mão no segundo, resultando em um desenvolvimento arrastado.

A atuação dos adultos perde feio para a das crianças, mas é boa. Entre eles os melhores são sem dúvida o James McAvoy e a Jessica Chastain. De negativo propriamente dito talvez apenas o fato de os personagens terem ficado um tanto quanto unidimensionais. O destaque, inevitavelmente, fica para o Bill Skarsgard, que faz um Pennywise ainda mais assustador que antes, bem mais à vontade no papel do que no primeiro filme.

Em resumo... É um bom filme, satisfatório para os fãs desta adaptação, e percebe-se em cada detalhe que foi um projeto de paixão, movido pelo desejo de contar uma boa história. Vale a ida ao cinema.

Nota: 7,5

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