sexta-feira, 20 de maio de 2016

Sobre X-Men - Apocalipse (com spoilers)

Havia fotos melhores. Mas adorei essa, então "fodasse"

Bom, fiquei pensando quando eu iria assistir a esse filme. 

Na verdade, pensei se eu iria assisti-lo, mesmo.

Tantos filmes para ver neste ano. 

A concorrência é enorme: Batman vs Superman, Guerra Civil, Deadpool (também do estúdio) e outros. 

A estreia ocorreu pouco depois de Guerra Civil, ou seja, ainda pegará uma razoável concorrência.

Era de se esperar que o filme perdesse boa parte de seu brilho, qualquer que fosse sua intensidade, devido a esses fatores.

Enfim.

X-Men: Apocalipse é aquele filme feijão-com-arroz. 

Aquela comidinha feita sob medida para um almoço convencional em família.

É um bom filme. Divertido, intenso e, sob certos aspectos, até imprevisível.

Vou tentar enumerar os pontos positivos e negativos:

1) Bom roteiro e desenvolvimento de história. A direção de Bryan Singer, se não faz algo excepcional, também não decepciona. 

Em dados momentos, porém, a narrativa se arrasta um pouco.

Um ponto positivo que adorei neste filme é a mudança de foco do roteiro em relação a outros filmes.

O enredo manjado da luta contra o preconceito até está presente, mas ele dá lugar a um foco novo em filmes da franquia: 

A luta contra um vilão que ponha todo o mundo em perigo e que una estes super-seres em torno de um objetivo, à revelia de divergências ideológicas.

Logo, você, definitivamente, não tem o Magneto como um vilão neste filme, como ele sempre chegava a ser em algum momento nos demais filmes.

Em X-Men 2 e X-Men 3, Magneto sempre acabava sendo o maior problema dos mutantes, ou causava tal problema.

Neste, o papel de Erik Lehnsherr, felizmente, muda bastante.

Esses personagens, além de tudo, são super-heróis. Este é um filme de super-heróis.

Ora, o Apocalipse fez com que Magneto, de fato, precisasse se unir aos X-Men. 

Todos ali sentiram uma ameaça realmente perigosa, maior do que qualquer diferença a nível pessoal ou ideológico que eles tivessem.

Algumas soluções de roteiro são fáceis demais e, a priori, nos causam um pouco de estranheza.

A forma como Tempestade fica com os cabelos brancos e como Xavier fica careca... É um tanto quanto decepcionante. Mas tudo bem, relevei.

2) Os personagens:

Michael Fassbender, em particular, está excelente na pele de Magneto, estabelecendo uma complexidade digna da personalidade do mestre do magnetismo, que faz ser inadequada qualquer análise reducionista que tente colocá-lo como herói ou vilão.

Boa parte do filme trata da origem de alguns personagens, como Ciclope, Jean Grey e Tempestade.

Todos são bem desenvolvidos.

Você sente o drama de Scott Summers e o preconceito contra Jean Grey.

Mercúrio, mais uma vez, rouba a cena. E que cena! A cena em que o Instituto Xavier explode e ele resgata a todos é divertidíssima. Ri demais!

(Não sei para que a Marvel foi inventar de fazer um Mercúrio completamente esquecível em Era de Ultron..)

É interessante, também, a participação de William Stryker no filme. 

Nos levou a conhecer aquela que, talvez, seja a derradeira aparição de Hugh Jackman como Wolverine em um filme dos X-Men. 

A Arma X também está fiel aos quadrinhos! Achei incrível.

Destaques negativos para Psylocke e Anjo.

Apesar da personagem de Olivia Munn estar inegavelmente fiel aos quadrinhos em aparência, você não sente a personalidade da Psylocke ali.

Entra e sai como capanga. Entra muda e sai calada.

Se estiver nos próximos filmes, tomara que seja melhor aproveitada.

O mesmo com Anjo. Está ali só para ser capanga. Entra mudo e sai calado. Completamente esquecível.

Gostei, porém, do momento final do filme, quando a super-equipe de Xavier começam a enfrentar os sentinelas na sala de simulação de combates.

Bateu a nostalgia. Os uniformes, mais coloridos, lembraram a lendária animação dos anos 90.

E o diálogo que Xavier e Magneto tiveram na cena de xadrez também é trazido para cá.

Excelente sacada de Singer. Tomara que o próximo filme seja na pegada dos anos 90, mesmo.

3) Apocalipse: Vilão muito mediano. Até tem bons momentos, mas definitivamente ele não tem aquilo que nos faz amar e odiar um vilão. Oscar Isaac não captura a essência.

Apesar disso, funciona bem em certos aspectos, principalmente se pensarmos que traz, até certo ponto, uma carga dramática ao filme.

Mas é uma pena que tenham-no matado. Poderia ser aproveitado para outras ocasiões.

4) Trilha sonora, à exceção da de abertura e encerramento, esquecível.

Conclusão: É um filme bom e divertido, tem grandes ideias e acertos que te fazem sair satisfeito, mas erros que te fazem pensar que poderia ter sido um tanto melhor.

Nota: 8,0

Beijo na bunda e até segunda.






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