segunda-feira, 6 de julho de 2015

Sobre a equipe que não é equipe

É oficial: Está tudo errado com a Williams.

Tudo. Tudo mesmo.

A polêmica do GP da Inglaterra girou em torno dos altos e baixos da equipe inglesa no final de semana passado.

Foi o time que mais evoluiu em relação aos finais de semana anteriores. Superou a Ferrari com seus dois carros na classificação. Um desempenho surpreendente. Felipe Massa e Valtteri Bottas ocuparam a terceira e quarta posições no grid.

Na largada, a vacilada das Mercedes e a bela arrancada de Massa deram à Williams a chance de liderar com seus DOIS carros. Algo que não acontecia, provavelmente, desde o GP da Áustria do ano passado, quando Massa foi o único pole-position com um carro não-Mercedes. Aliás, dobradinha da Williams naquele treino.

Voltando a Silverstone-2015, a equipe começou muito bem a prova, mas sofreu ao longo das 52 voltas com seus próprios erros, sejam eles de estratégia e das paradas nos boxes. Uma visão de corrida conservadora e pessimista, que fez com que o time não perdesse somente a liderança da prova para a Mercedes, mas também o pódio para a Ferrari do alemão Sebastian Vettel. 

Uma espécie de reembolso pelo pódio que os vermelhos perderam na corrida anterior? Talvez, mas não proposital, obviamente.

O que importa é que o time jogou suas chances de uma eventual vitória ou pódio garantidos porque pensou como uma equipe medíocre. Exatamente a mesma coisa que aconteceu no GP da Áustria de 2014, quando Massa, tendo largado em primeiro, nem pódio conquistou.

Mas antes a equipe tivesse ficado só nos erros da pista. O time de Grove definitivamente desaprendeu a pensar como equipe grande.

Por um lado, os pilotos culparam a equipe pelos erros de estratégia. Bottas ainda foi mais enfático e disse acreditar que teria mais chances se tivesse ultrapassado Massa. A equipe, por sua vez, preferiu lavar as mãos e jogar a peteca de volta para os pilotos, dizendo que eles é que tem que sentir o momento certo da parada.

Provavelmente cada um deles está certo. Sobre a versão de Bottas, tenho minhas dúvidas. Para mim, o que mudaria seria apenas a ordem de carros a serem ultrapassados pelas Mercedes.

O problema está na forma como isso aconteceu. O problema, meus caros leitores e leitoras, está em sabermos disso tudo. 

Pilotos e time lavaram a roupa suja na imprensa. Não souberam se resolver internamente. Um jogou a culpa no outro, basicamente. Não houve unidade. Não houve pensamento de equipe.

Todos estão errados.

A Williams, se quiser voltar a ser grande de verdade, precisa voltar a ser uma equipe de grandes decisões e, principalmente, saber lidar melhor com o ímpeto dos pilotos.

O problema é que esse tipo de problema entre pilotos não é algo novo em Grove. A tempestuosa dupla Juan Pablo Montoya e Ralf Schumacher, de 2001 a 2004, embora composta de ótimos pilotos, não deixa saudades no time.

Aliás, a mesma Williams perdeu o campeonato de pilotos e construtores em 2003 porque não soube lidar com isso. Carro para isso ela tinha. E estava brigando pelo caneco das equipes com a Ferrari, ponto por ponto.

O último ano do time de Frank Williams como uma GRANDE, de fato e de direito, foi 1997. Depois, como equipe forte, foi até 2004. 

Saudades dessa época. 

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