sábado, 19 de janeiro de 2013

33 botões... Ops, velinhas!

Pois é, acho que o título deixa bem claro o tema a ser abordado nessa postagem. Hoje, dia 19 de Janeiro de 2013, é o aniversário de Jenson Alexander Lyons Button, conhecido apenas como Jenson Button. O atual piloto da McLaren hoje completa sua trigésima terceira primavera. Ex-piloto de Williams, Benetton, Renault, BAR, Honda e Brawn GP (onde conseguiu seu único título mundial, em 2009), o piloto britânico hoje está com o restante da vida feito. De barriga cheia e no posto de líder da sua atual equipe, a poderosa McLaren, ele é um dos maiores exemplos de superação na categoria.


Tendo começado sua carreira aos 20 anos pela Williams, o inglês era considerado um prodígio e a esperança da Inglaterra de ter um piloto de ponta novamente; O último havia sido Damon Hill, campeão em 1996. Depois, passou por Benetton e Renaut, onde foi apenas razoável e nas quais sempre foi equilibrado e até tranquilão com seus companheiros de equipe, ele foi para a British American Racing em 2003 e por lá ficou até 2005. Ele fez um grande campeonato para a equipe inglesa em 2004, tendo marcado sua primeira pole-position em Ímola e diversos podiums, levando a equipe ao vice-campeonato daquele ano. 



Permaneceu lá quando a equipe se tornou Honda, apesar de um impasse com a Williams: Ele queria voltar a correr para a equipe de Frank Williams em 2006, mas não contava com a perda dos motores BMW e com a chegada dos Cosworth. Conseguiu resolver o impasse e ficar na BAR, que se tornaria Honda, pois a montadora japonesa comprou a maior parte das ações da equipe. Em 2006, conseguiu a única vitória da equipe, num chuvoso e caótico GP da Hungria, em dia de podium de Pedro de la Rosa e hino japonês para os construtores (vídeo acima). E foi considerado uma revelação que poderia fazer frente aos ponteiros nos anos seguintes. Mas isso se provaria bem errado.

Em 2007, Button iniciaria uma avalanche meteórica em direção ao ostracismo. Além da Honda ter feito um dos piores carros da história da Fórmula 1: o RA107. Conseguiu a façanha de pontuar 3 vezes com o carro, com duas oitavas colocações e uma quinta, no GP da China. Em 2008, terminou o ano sem um ponto sequer, enquanto seu companheiro, Rubens Barrichello, subiu ao podium em Silverstone. Porém, viria o prenúncio da aposentadoria forçada de ambos, com a saída da montadora japonesa da F1 ao final daquele ano. Outro forte fator contribuinte para o estado obsoleto da carreira de Button à época foi a ascensão de Lewis Hamilton à Fórmula 1, após ter sido campeão da GP2 e ter sido o vice-campeão de sua temporada piloto na categoria principal do automobilismo. Hamilton ainda seria campeão de 2008 com direito a condecoração da Ordem do Império Britânico. Era o tiro de misericórdia na carreira de Jenson. Até que...



... Ross Brawn comprou os espólios deixados pela Honda por uma libra (aproximadamente R$ 3,25) e garantiu os empregos de Button, Barrichello e todos os empregados da equipe, e deu seu nome à equipe. Fora que a equipe tinha o patrocínio do entusiasta magnata da Virgin, Richard Branson. Muito se especulou a respeito da equipe Brawn GP, e a verdade é que, com o projeto do carro de 2009 já terminado pela Honda - regulamento totalmente diferente - eles simplesmente não tomaram conhecimento de seus adversários. Button e Barrichello dominaram a primeira parte do campeonato, com o inglês a vencer 6 das primeiras 7 provas.

A única equipe que eles visualizaram no retrovisor durante praticamente o ano todo foi a Red Bull, equipe em franca ascensão com Sebastian Vettel e Mark Webber ao volante e Adrian Newey no comando da direção técnica e do projeto. Sob pressão e sem a vantagem que tinha no começo da temporada, Button teve que lutar apenas para administrar a grandiosa vantagem. Barrichello e Vettel ainda chiaram no final, mas nada que pudesse ameaçar muito ao inglês, que conseguiu seu título mundial.

O sucesso lhe rendeu 3 espólios: A condecoração da Ordem do Império Britânico, as inúmeras comparações com o compatriota Lewis Hamilton - campeão do ano anterior - e a contratação pela McLaren, onde seria seu companheiro. Muito se falou e pouco se acertou, pois  pelo que se falava e especulava, Hamilton faria picadinho de Button. Em 2010, talvez possamos dizer isso, com um trabalho apenas bom de Button, sua adaptação à nova equipe e as complicações de se trabalhar com um piloto tão bom quanto o jovem inglês. Mas Jenson não se deixou abater: Em 2011, com os problemas pessoais de Hamilton a atormentá-lo nas pistas e com uma própria evolução dele mesmo, Button conseguiu virar a equipe a seu favor e garantiu um vice-campeonato, com 3 vitórias sensacionais - no Canadá, na Hungria (ambas sob chuva impiedosa) e em Suzuka - onde Vettel acabou conquistando o bicampeonato com 4 provas de antecedência.



Em 2012, com a vitória na prova inicial e a aparente superioridade da McLaren - única equipe das grandes a não usar o degrau no bico de seu carro, parecia que Button seria o piloto a ser batido. Mas enganou-se quem fez essa predição. Com o campeonato mais disputado de todos os tempos na categoria, com 8 vencedores diferentes em 20 provas, ele apenas pôde saborear 3 idas ao lugar mais alto do podium - Austrália, Hungria e Brasil - esta última coroando um extraordinário tricampeonato de Sebastian Vettel. Button, como Kimi Raikkonen, Lewis Hamilton e Mark Webber, apenas puderam figurar diante da disputa sangrenta pelo título entre Vettel e Fernando Alonso.

Button hoje namora com a japonesa Jessica Michibata. É isso! Uma carreira de superação após uma quase-aposentadoria marcam esse piloto cujo estilo de pilotagem é cerebral e suave. Parabéns ao gentleman da Fórmula 1.

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