sexta-feira, 13 de julho de 2012

A História da equipe Williams - Anos 00 - Por AcidPadua

Fala, galera! Vamos agora continuar a provável penúltima parte da história da Williams.



Jenson Button
2000: Essa história começou dois anos antes, em 1998. A equipe assinou um contrato de longo prazo com a BMW, para que a montadora bávara fornecesse seus motores à equipe de Grove durante seis anos, com a cláusula de ter um piloto alemão no time. Em 1999, veio esse piloto: Ralf Schumacher. Saíram Jacques Villeneuve (foi para a novata BAR) e H.H. Frentzen (foi para a Jordan). Durante esse ano, havia 1 dos carros da Williams a testar com motores BMW nos circuitos. A Williams queria os serviços de Juan Pablo Montoya para pilotar ao lado do alemão, mas ele não estava preparado, ainda. Então, quem assumiu o volante da nova FW22 foi o novo piloto inglês Jenson Button, que fazia sua estréia na Fórmula 1 aos 20 anos (assim, ele se tornou o mais jovem piloto inglês a debutar na categoria). Zanardi foi pescar.

Ralf conseguiu três podiums, um dos quais o da foto acima, junto dos pilotos da Ferrari

Nem mesmo uma vitória para a equipe do tio Frank nesse ano. Os três podiums conseguidos pelo time foram obra de Ralf Schumacher, que terminou em quinto com 24 pontos. Já Jenson terminou o campeonato em oitavo, apenas, com 12 pontos, longe do campeão Michael Schumacher, da Ferrari, que alcançava o tricampeonato. A Ferrari foi campeã pela segunda vez consecutiva nos construtores.

2001





Se em 2000 a equipe estava em rasa ascensão, em 2001 as coisas melhoraram de vez. Com a saída de Jenson Button para a Benetton-Renault, a Williams-BMW finalmente colocou Juan Pablo Montoya na ativa. O colombiano fez com Ralf Schumacher uma das duplas mais escrotas dos anos 00 na Fórmula 1. O FW23 venceu três provas com Schumacher (Ímola, Montreal e Hockenheim, 49 tentos, quarta posição na classificação geral) e 1 com Montoya (Monza, 31 tentos, sexta posição na classificação geral).

Juan Pablo Montoya (COL/Williams-BMW)


Teriam vencido mais, não fosse a falta de confiabilidade do carro e dos problemas nos pit stops. Em várias corridas o bólido se provou mais veloz que Ferrari e McLaren, mas seus pilotos apenas conseguiram o terceiro lugar no mundial de construtores. O campeão (tetra) foi novamente Michael Schumacher, da Ferrari, e a equipe italiana conseguira de novo o título de construtores.

Schumacher e Montoya jorram champagne no podium.


2002: A dominância da Ferrari atingira seu primeiro ápice. Com o fantástico F2002, Michael Schumacher e Rubens Barrichello venceram 15 das 17 corridas. Assim, a Williams FW24 venceu apenas o GP da Malásia, com Ralf Schumacher, naquele ano. Montoya terminou melhor que o alemão no campeonato, com 50 pontos, 8 tentos e uma posição à frente do companheiro alemão. Vejo mais como mérito da Ferrari que demérito das outras escuderias, apesar do escândalo de A1 Ring, em Zeltweg.

2003: A FIA, dado o domínio ridiculamente grande da Ferrari, resolveu agir. Houveram mudanças para aumentar a emoção e aliviar as dificuldades financeiras das equipes menores. A classificação de apenas uma volta foi introduzida para aumentar a exposição de TV. A sexta-feira opcional de testes durante os fins de semana dos GPs para diminuir a milhagem nos testes particulares, no objetivo de dar às equipes menores uma alternativa mais barata para esses dias de teste, que deveriam ser banidos em 2004. Apenas um tipo de pneus de chuva foi permitido para ser usado em condições de chuva nas corridas. O sistema de pontuação também mudou: Para ambos os campeonatos, as pontuações ficaram as seguintes: 10-8-6-5-4-3-2-1 para os oito primeiros finalistas dos GPs, para aumentar a concorrência nos construtores.

Interessante, esse olhar do Ralf...


Desculpem por eu ter falado dessas mudanças, mas foi necessário para explicar o fim do domínio absurdo da Scuderia de Maranello, e a ascensão de outras equipes à briga pelo caneco, como McLaren e, principalmente, a Williams. O FW25 tinha capacidade para vencer o campeonato. Disputou o de pilotos até a penúltima corrida, com Juan Pablo Montoya, e o de construtores até o fim. A Ferrari terminou novamente como campeã, com 158 pontos, 14 pontos à frente da Williams, vice-campeã.

Foto interessante. Conseguem imaginar quem é? Haha.


Repito: A equipe do tio Francis tinha carro para vencer o campeonato. Faltou um piloto competente no stafe. Montoya terminou com 82 pontos e duas vitórias, em terceiro, 11 pontos atrás do hexacampeão Michael Schumacher. Ralf Schumacher, que também teve duas vitórias e 58 pontos, apenas na quinta colocação.

2004: A Ferrari atingiu seu segundo ápice, dessa vez mais dominante que em 2002. Schumacher venceu 12 das treze primeiras provas do campeonato, à exceção de Mônaco. Das 18 etapas, a Ferrari venceu 15 (Schumacher 13, Barrichello 2).

Montoya termina a temporada com vitória no Brasil; Barrichello, terceiro, celebra seu primeiro e único podium em casa.


O FW26 era um tanto bizarro, com um bico esquisito. Não deu resultados. Juan Pablo Montoya anunciou que iria para a McLaren no ano seguinte. O colombiano venceu no Brasil, fechando a temporada com vitória. A McLaren também venceu uma, com Kimi Raikkonen, e a Renault venceu em Mônaco, com Jarno Trulli. Montoya terminou em 5º, com 58 pontos e Ralf, com o acidente em Indianápolis, quando quebrou duas costelas, alcançou apenas a nona posição, com 24 pontos.

File:J p montoya usgp 2004.jpg
Montoya com o FW26 e o bico esquisito, que foi aposentado na segunda metade do ano.


2005: Muito bem: Ralf Schumacher foi para a Toyota e Juan Pablo Montoya, como ficara combinado no ano passado, foi para a McLaren. Para substituir a dupla, a Williams chamou o alemão Nick Heidfeld e o australiano Mark Webber. Quem iria para a Williams F1 em 2005 seria Jenson Button, mas foi impedido por uma decisão da FIA. Antonio Pizzonia foi o piloto de testes. Enquanto isso, Button assinou para correr com a equipe de Grove para 2006. Heidfeld e Webber fizeram uma temporada apenas regular, com o australiano ficando em décimo, com 36 pontos, 8 à frente do alemão, que conseguiu resultados mais expressivos, mas não foi páreo o suficiente para a regularidade de Webber. O canguru ficou 9 vezes nos pontos, e Nick ficou apenas 5. Apesar disso, eles ficaram muito atrás da Renault e de Fernando Alonso, os campeões do ano. Nos construtores, a Williams ficou com 66 pontos, na quinta colocação.

File:Heidfeld (Williams) in practice at USGP 2005.jpg
Nick Heidfeld nos Estados Undios

Antonio Pizzonia substituiu Nick Heidfeld na Williams para o GP da Itália, após o alemão sofrer com uma terrível dor de cabeça. No início da semana, ele havia batido fortemente durante uma sessão de testes. Depois, o brasileiro foi confirmado para o restante da temporada, depois que Heidfeld sofreu um acidente de moto.

A situação da relação entre a Williams e a BMW era crítica. De um lado, Mario Theissen, diretor esportivo da marca bávara, reclamava publicamente da incapacidade da equipe para criar um bólido capaz de vencer o campeonato de construtores. Do outro, a equipe culpou a fornecedora alemã de não fazer um motor bom o suficiente. A falha da Williams em rescindir o contrato de Button com a BAR também desagradou Theissen. Apesar da decisão - rara - do tio Frank em manter Heidfeld para atender às demandas da BMW quando ele claramente preferia Antonio Pizzonia, os problemas entre as duas partes continuaram com o desenrolar da temporada 2005. A situação ficou crítica e, apesar do contrato entre BMW e Williams ser até 2009, os dois acabaram se separando. A montadora alemã comprou a Sauber e o time de Peter Sauber assumiu o nome BMW.

2006: Após o fim da parceria "marrom" com a BMW, a Williams adotou os fracos motores Cosworth, e Nico Rosberg veio substituir Heidfeld para fazer companhia a Mark Webber, já veterano por lá. Além disso, os pneus Michelin foram trocados pelos Bridgestone. O ano começou bem, com os dois pilotos marcando pontos na abertura da temporada e Rosberg fazenndo a volta mais veloz do GP do Bahrein. Mas isso mascarou o que estava por vir: Um péssimo ano. Das 36 vezes que um carro Williams partiu no ano, 20 delas resultaram em abandono. Foi também a primeira vez desde 77 que a equipe do tio Frank não fez um podium sequer! Foi apenas a oitava colocada nos construtores, com 11 pontos, longe da Renault, bicampeã. Os dois ficaram longe também do bicampeão Fernando Alonso. Também vale citar o ano da primeira aposentadoria de Michael Schumacher.

2007: Nico Rosberg correu a temporada completa, mas dessa vez, quem correu ao seu lado foi o austríaco Alexander Wurz, que só foi substituído ao fim da temporada 2007 pelo japonês Kazuki Nakajima, filho do japonês Satoru. Mark Webber foi para a Red Bull, onde permanece até os dias atuais. Os motores Cosworth foram substituídos pelos Toyota. Rosberg, apesar de ter terminado o campeonato em 20 pontos na nona posição, o melhor resultado da Williams no ano veio com o décimo primeiro colocado Wurz, que fez 13 pontos e arrancou um podium quase improvável no GP do Canadá.

Único podium da Williams no ano. Wurz foi brilhante: Largou em 19º e chegou ao terceiro posto.

Kubica e seu acidente.

O GP canadense daquele ano foi marcado pelo terrível acidente com Robert Kubica no final do L'Epingle, antes do hairpin.

A Williams terminou o campeonato com 33 pontos, na quarta colocação, três atrás da campeã Ferrari.

2008: Ano de altos e baixos para a equipe inglesa. O japonês Kazuki Nakajima assumiu o cargo definitivo como titular. Rosberg foi confirmado e ficaria até o fim de 2009, encerrando os boatos de que o alemão poderia ir para a McLaren e ocupar o cockpit deixado por Alonso, que teve vários problemas com Lewis Hamilton no ano anterior. Nico fez dois podiums, em Melbourne e Cingapura. A equipe foi guerreira nos circuitos de alta velocidade.

Um dos únicos podiums da Williams na temporada, com Rosberg, atrás de Alonso e à frente de Lewis Hamilton

A temporada também foi prejudicada em prol da prioridade do desenvolvimento do carro de 2009, para que pudesse atender ao novo regulamento. Assim, amarguraram um oitavo lugar no campeonato de construtores, com apenas 26 pontos, 17 de Nico e 9 de Nakajima. Nico Rosberg afirmou que se a equipe não melhorasse seu padrão, ele iria olhar para outros horizontes. Ficaram longe da campeã de construtores Ferrari e do campeão do ano, Lewis Hamilton, da McLaren.

Nico Rosberg com a Williams FW31

2009: A tão antecipada prioridade dedicada ao desenvolvimento do FW31 não surtiu muito efeito, graças ao desenvolvimento das adversárias. A Williams, junto à Toyota e Brawn-Mercedes, foi uma das equipes que levaram vantagem com o polêmico difusor duplo no começo do campeonato. Apesar disso, a equipe só marcou 34,5 tentos, todos de Nico Rosberg, deixando a Williams na sétima colocação nos construtores, muito atrás da campeã Brawn-Mercedes e de seu pupilo Jenson Button, que conquistou um título inédito. Sem podiums. E Nakajima foi broxante. Quando não terminava longe dos pontos, abandonava. Às vezes, com umas quebras esquisitas, outras vezes por ser ruim.

Para 2010, a Williams anunciou a contratação do veterano brasileiro Rubens Barrichello, que fora o terceiro colocado em 2009, em excelente temporada, com a Brawn. Além disso, empossou Nico Hulkenberg no seu outro cockpit. Daí, fica por conta do Joab, falar da década de 10.

Belezura? Gostaram? Espero que tenham gozado o puro prazer da leitura da quarta parte desse escrito. Um beijo na bunda e até segunda!

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