Muito bem, gente. Vamos a continuar a série de postagens sobre a história da terceira equipe mais vitoriosa da história da Fórmula 1, a Williams F1, antes Williams Engineering, como explicou o companheiro Joab Fernandes no início. Pois bem, sem mais delongas:
Jones, em Montreal-1980 |
Reutemann, em Paul Ricard-1980 |
1980: Ano em que a equipe dos garagistas Frank Williams e Patrick Head chegou de vez para disputar o título. Os pilotos eram Alan Jones (veterano) e o argentino Carlos Reutemann. O time começou bem no campeonato, com Jones vencendo a primeira do ano na Argentina, casa do parceiro de equipe. O australiano venceria também nos GPs da França, em Paul Ricard, Inglaterra, em Brands Hatch (que, à época, revezava-se com Silverstone nos anos pares), Canadá, em Montreal, e a etapa final, nos Estados Unidos, em Watkins Glen. Assim, ele faturou seu primeiro e único título mundial da categoria, com 67 pontos, contra as três vitórias e 54 pontos da Brabham de Nelson Piquet, vice-campeão. Reutemann acabou em terceiro no campeonato, com uma vitória em Mônaco e 42 pontos no bolso.
A placa mostrada para Reutemann: "Jones-Reut" |
1981: O sucesso não subiu à cabeça do time liderado por Frank Williams e Patrick Head, que continuou competitivo. Porém, algumas intrigas entre os dois pilotos dificultaram o convívio interno da equipe. A dupla venceu quatro provas para a equipe: Reutemann obteve duas: Uma foi a controversa etapa do GP do Brasil, em que Frank ordenou ao argentino que desse passagem a Jones, que vinha 2s atrás. Ele não obedeceu e seguiu forte e firme para vencer, com o australiano em segundo. Ficaram putíssimos, Jones e Williams. A outra foi em Zolder, na Bélgica.
Já Jones abriu e fechou a temporada com vitórias: GP dos Estados Unidos-Oeste, em Long Beach, e no GP de Caesars Palace, em Las Vegas, também nos Estados Unidos. Piquet. com três triunfos, conseguiu 50 pontos e sagrou-se campeão do mundo com a Brabham; Reutemann e Jones foram, respectivamente, segundo e terceiro colocados, um com 49 e o outro com 46 pontos.
Rosberg em 1982 |
1982: Um dos mais equilibrados campeonatos da história da Fórmula 1, perdendo apenas para 1983 e 2012, talvez. Para terem ideia da concorrência absurda, o campeão (da Williams) Keke Rosberg, teve apenas uma vitória (!) contra duas de Didier Pironi e John Watson, da Ferrari e da McLaren, respectivamente. Houveram duas mortes: A muito lamentada até hoje de Gilles Villeneuve, companheiro de Pironi, nos treinos para o GP belga de Zolder, e também a de Riccardo Paletti, italiano, durante o GP do Canadá.
Rosberg venceu no GP da Suiça, em Dijon-Prenois, e com 44 pontos, foi campeão. Com 39 pontos, empatados em segundo lugar, ficaram Pironi e Watson, seguidos de perto por Alain Prost, com 34 e também com duas vitórias. Niki Lauda, da McLaren, que voltara à Fórmula 1, também garantira duas vitórias e René Arnoux, companheiro de Prost na Renault, obteve os mesmos méritos de Pironi, Watson, Prost e Lauda. Nos construtores, a Williams foi apenas a quarta colocada. Ferrari obteve o título com 74 pontos, seguida por McLaren, Renault e a equipe de Didcot.
1983: Ano um tanto fraco para a Williams, à época, atual campeã mundial de pilotos. Frank Williams foi atrás da Honda por uma parceria, para receber motores V6 turbo-alimentados. Conseguiu, mas só para 1984. Rosberg conseguiu apenas 27 pontos e uma vitória no principado de Mônaco que o deixaram na quinta posição, longe dos 59 tentos conquistados por Nelson Piquet, que se sagrou bicampeão de pilotos com três vitórias, dois à frente de Alain Prost, da Renault, que também
Outra coisa interessante: Foi em 83 que Ayrton Senna entrou pela primeira vez num carro de Fórmula 1 para testar. Foi a Williams de 1982, pilotada por Keke Rosberg, em Donnington. Foi à pista e destruiu o recorde do circuito.
O Williams FW09, que, com Rosberg, venceu o GP de Dallas de 84, apenas. |
1984: Se o ano anterior já não tinha sido dos mais animadores para Frank Williams e Patrick Head, aí então a chapa ficou quente. Foi o ano de estréia de Ayrton Senna na Fórmula 1 pela equipe Toleman. Keke Rosberg e Jacques Laffite continuaram a correr por lá. Com apenas uma vitória, em Dallas, o finlandês Rosberg alcançou o oitavo posto no campeonato de pilotos com 20,5 pontos (7,5 à frente de Senna, que corria por uma Toleman, é bom dizer) apenas, muito atrás dos 72 pontos e das cinco vitórias de Niki Lauda, o campeão do ano pela McLaren.
Nos construtores, a McLaren venceu com 143,5 pontos, de lavada contra a Ferrari e seus 57,5 pontos. A Williams-Honda acabou apenas na sexta colocação, com 25,5 pontos (!), apenas. A chapa, que estava quente, derreteu e o alerta não era mais vermelho, estava em chamas.
Rosberg com o Williams Honda FW10 |
Mansell, com o Williams Honda FW10 |
1985: Nos últimos três anos (82, 83 e 84) a Williams tinha vencido apenas 3 vezes. Só em 85, venceu 4. Duas com o recém-chegado Nigel Mansell e outras duas com Keke Rosberg. Ou seja, significativas melhoras e mudanças aconteceram em Didcot. O time se reorganizou. Vieram os patrocínios que marcaram época na equipe durante o resto dos anos 80 e início dos 90, principalmente o da Canon. Rosberg completou 8 provas e Mansell, 11. Mas por que o finlandês ainda foi melhor? Pelos melhores resultados nas provas em que não ganhou.
Piquet vivia anos sabáticos desde seu último título e assinou um contrato de dois anos com a equipe para correr a partir de 1986. O campeão foi Alain Prost, com 73 pontos, 20 à frente de Michele Alboreto, da Ferrari e 33 à frente de Rosberg. Mansell acabou na sexta colocação, com 31 pontos. A equipe alcançou a terceira colocação no mundial de pilotos, com 71 tentos, 19 atrás da McLaren-Porsche e a 11 da Ferrari. Melhorou bastante. E 1986 traria dividendos ainda melhores!
1986: Esse ano, assim como o de 87, terá um tanto mais de atenção que os demais. Nelson Piquet assinou por dois anos com a escuderia de Didcot, para ser companheiro de equipe do inglês Nigel Mansell. Keke Rosberg, que tão bons serviços prestou por lá, foi à McLaren, para substituir o aposentado Niki Lauda ao lado do também campeão Alain Prost.
A foto dos pilotos em 1986: Mansell e Piquet, quarto e quinto posicionados na parte de baixo. |
E uma triste ocorrência: Frank Williams ficou tetraplégico, como resultado de um acidente de carro, em Março de 1986.
Francis, que tinha preferência por Nelson Piquet dentro da equipe, ficou por quase um ano de fora das operações do começo do campeonato. Foi o suficiente para Nigel Mansell, inglês, ganhar a preferência dos mecânicos. Apesar de sua ausência, a Williams venceu nove provas naquele ano. 5 com Mansell e 4 com Piquet. Uma das vitórias de Piquet deve ser destacada das outras: O GP do Brasil de 1986, onde o brasileiro fez dobradinha com Ayrton Senna (vídeo acima e foto abaixo, com Piquet e Senna segurando a bandeira do Brasil no podium).
Senna e Piquet dividem a bandeira do Brasil; Jacques Laffite, terceiro, também comemorou muito |
Outra coisa a ser destacada foi a mítica ultrapassagem de Nelson Piquet sobre o compatriota Ayrton Senna, da Lotus-Renault, no circuito de Hungaroring, na corrida magiar, o GP da Hungria (foto abaixo)
E, para não ser justo, a disputa histórica entre Senna e Mansell no GP da Espanha de 1986, que deu a vitória ao brasileiro (foto abaixo)
Senna (Lotus) e Mansell (Williams) na disputa pela vitória em Jerez-1986 |
A Williams ganhou o campeonato de construtores com sobras, resultado do carro monstruoso que fez, com 141 pontos. A McLaren-Porsche, que teve o piloto Alain Prost a conquistar seu segundo título mundial consecutivo (com 72 pontos), ficou apenas com 96 tentos (Rosberg foi amplamente superado, com apenas 24. Mansell conseguiria vencer o campeonato, não fosse a explosão do pneu esquerdo-traseiro da FW11. O título do francês, entretanto, apenas mascarou o que tinha a vir pela frente.
1987
"Ele gosta de chuva, eu gosto de sol. Ele gosta de mulher feia, eu gosto de mulher bonita. Ganhei 3 títulos, ele perdeu 2." (Piquet, após o título mundial conquistado em 1987).
Mansell e Piquet, camaradas! |
Nelson Piquet e o acidente na Tamburello em Imola-87 |
Mansell e o acidente em Suzuka-87, que carimbou o título do companheiro de equipe |
Riccardo Patrese (ITA/Williams-Honda). O italiano foi apenas o nono na etapa final da temporada 1987. |
Nigel Mansell e a fraca Williams FW12 |
1988: A McLaren negociou melhor para 1988 e ganhou tanto Ayrton Senna em seu MP4/4, como a parceria da Honda, o que lhe renderia os V6 turbo-alimentados. Resultado: Banho da equipe inglesa, que venceu 15 das 16 etapas da temporada. À Williams, restou apenas Nigel Mansell e Riccardo Patrese (?). Nelson Piquet negociou com a Lotus (que ainda tinha os motores Honda, os mesmos da McLaren) e caiu fora. A Williams, sem possibilidades de negociar com quaisquer fornecedoras potentes, assinou com a Judd para ter seus motores V8 N1. Assim, o modelo Williams-Judd FW12 foi fraquíssimo. O melhor resultado do ano foi um segundo lugar do piloto inglês Mansell. O inglês fez 12 pontos e Patrese, 8.
1989: O ano marcou a volta dos motores aspirados. Assim, o domínio da McLaren, que era absoluto, caiu em prol de um equilíbrio maior na Fórmula 1. Nigel Mansell foi para a Ferrari, fazer parceria com Gerhard Berger e substituir Michele Alboreto, que foi para a Larousse. Para substituto de Mansell, a Williams chamou Thierry Boutsen. E vieram também os motores Renault V10. Assim, a equipe teve melhoras significativas em relação ao ano anterior. Alcançou o vice-campeonato de construtores, com 75 pontos, muito atrás da McLaren-Honda, que teve 129. Riccardo Patrese alcançou a terceira colocação no campeonato de pilotos, com 40 pontos, e Thierry Boutsen, além dos 37 tentos, conseguiu duas boas vitórias, no Canadá e na Austrália.
O Joab dará continuidade à nossa série de posts, falando dos anos 90.
Grande abraço, um beijo na bunda e até segunda!
Mas ficou supimpa, hein! Curti. :)
ResponderExcluirA Williams tem história. Acho que é por isso que tenho tanta vontade que ela se recupere. Pra mim, vê-la como tem estado é triste. É como ver patrimônio histórico ruindo, aos cacos.