Fiquei muito honrado quando o Pádua me convidou pra dar início à série de posts sobre a história da equipe de minha torcida. Falar da história da Williams, de Frank Williams, Patrick Head e Sam Michael é celebrar a história de algumas das lendas do automobilismo mundial. Por esta equipe passaram os pilotos Alain Prost, Ayrton Senna, Nelson Piquet, Nigel Mansell, Alan Jones, Carlos Reutemann, Damon Hill, Jacques Villeneuve... Quer mais? Tal tradicional equipe começou nos idos anos 70, a princípio um sonho aventureiro de 3 jovens: Um piloto (Frank Williams) e dois engenheiros ( Patrick Head e Sam Michael),os co-fundadores que na época eram desconhecidos mas que depois tornar-se-iam lendas vivas da Fórmula 1.
Piers Courage no De Tomaso. |
Em 1970, Frank Williams arquitetou com Alejandro De Tomaso, um argentino, um plano para entrar na F1. A equipe não teve muito sucesso, e ainda teve uma mancha negra, a morte de Piers Courage a bordo do cockpit. Frank não desistiu, era preciso recomeçar. A Williams, ao longo dos seus anos na Fórmula 1, caracterizou-se por dar mais importância ao campeonato de construtores do que os de pilotos.
Alan Jones e a FW06 |
O início não foi muito promissor. No primeiro ano, 1978, somou apenas 11 pontos, ficando em 9º lugar no campeonato, tendo Alan Jones como seu único piloto. Destaque para as boas atuações no GP da África do Sul, em que Jones chegou em quarto, e no GP dos Estados Unidos, onde fez um podium com um segundo lugar, atrás apenas de Mario Andretti. O FW06 utilizava motores Ford e pneus goodyear. Já no segundo ano, com o patrocínio da empresa Abilab-Saudia, a equipe rumou para voos mais altos e começou a engatinhar rumo ao sucesso. Conquistou o segundo lugar no campeonato de construtores, com os pilotos Alan Jones e Clay Regazzoni somando juntos 75 pontos. Pulo do gato, não?
E, então, vieram os primeiros títulos. Em 80, a Williams já se consolidava como uma equipe ganhadora. Saltos de qualidade. Ganhou, em 1980, os títulos de construtores e de pilotos, com o australiano Alan Jones lutando contra a Brabham de Nelson Piquet. Em 81, ganhou novamente o título de construtores e seus dois pilotos lutaram arduamente com o brasileiro Nelson Piquet até o último GP. Dessa vez, porém o brasileiro, que pilotava para a equipe de Bernie Ecclestone levou a melhor.
Divergências internas entre os pilotos caracterizaram essa temporada. Alan Jones e Carlos Reutemann tinham intrigas. Tudo começou no GP Brasil, quando Frank Williams, via rádio, ordenou que Reutemann cedesse a vitória a Jones, que não foi obedecida. Mas essa parte da história fica mais a cargo do Pádua, que escreverá sobre os 80s.
Frank Williams, Chico Rosa e Emerson Fittipaldi.
Pouca gente sabe, mas o "Emmo", Emerson Fittipaldi, quase entrou na Fórmula 1 pela equipe do tio Frank. Segundo relatos do escritor Lemyr Martins, em "A saga dos Fittipaldi", Frank Williams, do nada, ligou para Emerson e foi logo direto ao ponto, como lhe era de costume: disse que iria pegar um avião, visitar Emerson e de pronto apresentar-lhes um contrato pronto. E o tio Frank chegou com o contrato já preparado. Emerson, à época, pilotando pela Lotus na Fórmula 2, ficou espantado. Menos de 1 ano e meio correndo na europa, já recebia uma proposta para a F1.
Mas não assinaria o contrato sem consultar seu amigo e engenheiro Chico Rosa, que acabou sendo contra. Argumentou com Emerson que a antiga equipe De Tomaso já havia matado o Courage, mesmo sem saber se o acidente foi provocado por erro do piloto. Rosa disse pra Emerson dizer pro Frank Williams que ele não estava preparado pra F1 ainda. Disse ele "Não que eu achasse que o Emerson não estivesse preparado, mas eu não achava que a Williams fosse a equipe certa pra ele entrar na F1, eles ainda não mostraram a que vieram." Ele estava na Fórmula 2, mas na Lotus, que era a maior equipe da época. 4 meses depois, Emerson estrearia na Fórmula 1.
Os anos 70 foram o início de outra era na F1. Onde nasceu uma das equipes mais vencedoras e amadas do automobilismo. Fruto do sonho ambicioso de 3 homens que viviam para o automobilismo. Foi o início da Williams Grand Prix Engineering (nome antigo), atualmente um dos últimos baluartes das equipes garageiras no automobilismo.
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