quinta-feira, 9 de abril de 2015

Sobre EGOísmos


Bernie Ecclestone, Bernie Ecclestone...

O dirigente realmente está gagá, cambada. Fujam para as colinas.

Agora o baixinho apareceu para atacar a Mercedes, que domina a Fórmula 1 com mãos de ferro, e dizer em relação a Toto Wolff, chefe da escuderia alemã, que "não vai deixar o egoísmo de alguns matar a F1".

Como não sei quem defender nessa história toda, cagarei na cabeça de todos.

Se tem alguém que não goza de respaldo moral algum para criticar o egoísmo alheio, esse alguém é Bernie Ecclestone. 

Ao mesmo tempo que mantém a Fórmula 1 funcionando a duras penas, o dirigente inglês mantém um modelo que, definitivamente, deverá levar a categoria para um abismo nos próximos anos. Cobra taxas caríssimas de equipes para participarem do campeonato e outras taxas caríssimas para os países interessados em recebê-lo, põe o preço dos ingressos lá em cima para só receber os fãs ricos - o que deixou Hockenheim praticamente VAZIA no GP da Alemanha de 2014.

Como se não bastasse, além de agora não contar com as informações das parciais intermediárias dos pilotos nas voltas - S1, S2 e S3, o Live Timing da Fórmula 1 será integralmente PAGO. Ou seja, quem não quiser dar dinheiro neste troço, vai ter que se virar com as informações da TV. 

Isso sem falar no tratamento que o público de internet recebe da FOM fora do site oficial da categoria. Vídeos do youtube? Precisam passar por todo o tipo de malabarismos possíveis para não serem bloqueados por direitos autorais. Isso quando esses malabarismos surtem efeito. Ecclestone detesta a internet e já disse que, por ele, a Fórmula 1 seria um circo fechado para velhos ricos que podem comprar um Rolex.

E tudo isso para que ele, Ecclestone, seja o homem que mais capitaliza com a Fórmula 1. Eu mesmo não vou gastar 30 dólares nesta porcaria. Pra dar meu dinheiro a Bernie Ecclestone e assim compactuar com a fome de dinheiro dele? Não, obrigado.

Agora, se Bernie está CORRETO ao falar de Toto Wolff e da Mercedes? Sim, provavelmente está. E, neste momento desconsiderando sua hipocrisia, não poderia ter sido mais feliz em falar isso. Tanto Toto Wolff quanto a Mercedes estão capitalizando rios de dinheiro em propaganda com seu domínio na Fórmula 1 e a marca está se valorizando, mais do que em praticamente todos os momentos de sua história - exceto a primeira metade do século XX, claro. 

Obviamente, querem que as coisas continuem do jeito que está, pois para eles está ótimo, porque se mudar, a torneira pode fechar e abrir a cortina de um novo domínio na categoria, por uma outra equipe que não ela.

Está certa a equipe em defender seus louros? Do ponto de vista mercadológico, sim, está. Gastou dezenas de milhões de dinheiros para desenvolver essa engenhoca de tecnologia híbrida e, agora que está colhendo os frutos do seu trabalho, obviamente não quer que tudo isso vá por água abaixo tão cedo - o que é, praticamente, um eufemismo para "nunca".

Então a situação se resume a isso. Mudando, pode ficar ótimo para a Fórmula 1 e ruim para a Mercedes. Ficando na mesma, pode ficar péssimo para a categoria máxima e ótimo para o time alemão. 

Isso sem falar na divisão dos lucros da comercialização da F1, né? Na atual conjuntura, tem dinheiro sobrando nas mãos equipes que não precisam e dinheiro pingando nas mãos de equipes que lutam para se manter na ativa. Desse modo, como queremos uma competição sólida? Aliás, queremos uma competição sólida?

Nessa situação, ninguém sai do lugar, porque ninguém vai querer desistir do egoísmo sozinho.

A solução? Que todos desistam e trabalhem juntos por uma Fórmula 1 sustentável para todos.

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