segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Sobre Abu Dhabi: A vitória do melhor?

Há eras não escrevo nada aqui. Sobre Fórmula 1, então...

Mas, hoje, senti a necessidade de falar. Porque é o tipo de coisa que esperava há eras que acontecesse.

Não cheguei a ver a corrida inteira em Abu Dhabi. Para ser sincero, não quis ver. Não queria ter crises nervosas. A corrida seria marcada mais por tensão do que propriamente por emoção.

Estava torcendo por Nico Rosberg, por N motivos. Elencarei alguns. 

Há um carma entre fãs de HQs, animes, séries e a porra toda: O ídolo/personagem/HQ/etc pode até ser legal, mas se os fãs forem chatos, a gente pega abusinho.

A torcida do Lewis Hamilton tem se tornado incrivelmente chata nos últimos tempos. Menosprezando outros pilotos, principalmente aquele que teoricamente seria seu maior adversário, Vettel, e Rosberg, o companheiro de equipe do popular piloto inglês.

E, vá lá... Nos anos anteriores, a gente até que tolerava Hamilton e suas peripécias, namoradas exóticas e jeitão de quem não quer nada com nada com a vida. Antes de ir para a Mercedes, parecia mesmo que seria outro Jacques Villeneuve, super bem-sucedido no começo mas depois caiu. Mas depois que virou tricampeão, ficou insuportável, muito arrogante, cheio de si a ponto de desdenhar constantemente de seus colegas de profissão.

Eu tenho um trauma meio que pessoal. Em algumas decisões nos últimos anos, vi decisões improváveis acontecerem em favor de pilotos-estrela em detrimento de pilotos não tão populares assim entre o público.

Queria que, pelo menos uma vez, o "patinho-feio" vencesse.

Hoje, não venceu o mais talentoso. Não venceu o melhor piloto, longe disso, aliás.

Depois de hoje, continuaremos colocando apenas Vettel, Hamilton e Alonso na mesa de discussão sobre quem é o melhor da F1 atual.

Mas, hoje, venceu o trabalho, a dedicação, a precisão. Hoje, venceu um piloto que, se não é o mais veloz ou o mais talentoso, é certamente um grande profissional na arte de guiar um carro de corrida.

Hoje, Nico Rosberg exorcizou o fantasma que pairava sobre os "segundões", aqueles pilotos que vivem na sombra de um companheiro de equipe com status de "estrela".

Alguns dirão que ele venceu porque Hamilton quebrou o motor na Malásia, quando liderava. E porque o inglês teve algumas outras falhas técnicas durante o ano.

Se for por isso, então o inglês não mereceu sua suada taça de 2008? Que ele a entregue para Felipe Massa, então. Hamilton venceu 10 corridas na temporada contra 9 de Rosberg. Na ocasião de 8 anos atrás, o brasileiro havia levado 6 provas contra 5 de Lewis.

"Ah, mas o Massa perdeu porque também fez muita besteira em 2008", dirão outros. Lembrem-se da lambança de Hamilton na Espanha, ao fazer os dois carros mercêdicos ficarem fora da corrida. Ou da batida no treino em Baku. Ou das largadas horrorosas em Monza e no Japão. 

Rosberg chegou ao final do ano com menos falhas porque se adaptou melhor ao regulamento, que não permite mais auxílios de pilotagem pelo rádio durante a prova. Estudou melhor o carro e sobre como cuidar dele para que vá até o final. Problemas com os quais o inglês quebrava a cabeça durante corridas inteiras, o alemão resolvia com alguns ajustes no volante.

Nico Rosberg venceu um piloto que está, a passos largos, caminhando para se tornar uma lenda, um dos maiores pilotos de todos os tempos, que é Lewis Hamilton. E pelos próprios méritos.

Lewis Hamilton só pode culpar uma coisa pela perda do tetra: a si mesmo. 

Não tenho nada contra o estilo de vida de Lewis Hamilton, que, se não é um James Hunt da vida, também não leva uma vida das mais samaritanas. Mas, provavelmente, esse tipo de vida o levou a essa indisciplina nas pistas. Aqui se faz, aqui se paga. As consequências vieram.

Mérito de Nico Rosberg, ao explorar, de maneira cirúrgica, as falhas do adversário. E ele, de fato, soube capitalizar em cima de cada falha.

O inglês não foi lá dos mais amistosos na festa do companheiro recém-laureado. Um abraço e um aperto de mão públicos, e um "parabéns", numa formalidade "para inglês ver". 

Obviamente, não sei o que Hamilton pensa, mas apostaria uma trufa da Cacau Show que ele não gostou nem um pouco de ter sido batido por um companheiro que muitos acham - inclusive ele mesmo, provavelmente - bem inferior. 

Torço para que isso, pelo menos, baixe um pouco o nariz de Hamilton e de seus fãs. Nem sempre o astro, o pré-destinado, o mais talentoso vence. Que fique essa lição e que ela seja devidamente absorvida.

Nico foi veloz quando precisou e combativo quando a situação pediu. E soube reagir, de maneira extraordinária, ao sistemático domínio imposto pelo inglês dentro da equipe, depois de dois títulos consecutivos. O tipo de coisa que deixaria pilotos como Rubens Barrichello e Mark Webber de cabelos em pé.

Seu poder de reação foi impressionante, pois na metade do campeonato, pois quando Hamilton tinha consolidado uma série de vitórias e uma liderança relativamente folgada, parecia praticamente impossível para o alemão recuperar seu terreno. 

Aos 31 anos de idade, com um respeitável currículo de 23 vitórias, 30 poles, 56 pódios e 20 voltas mais rápidas, o título vem para coroar uma carreira que, se não foi das mais brilhantes, foi construída com muito esforço e trabalho duro.

Um piloto que chegou na categoria para ser a grande promessa alemã depois de Schumacher, antes do furacão Vettel aparecer, e que demorou a desencantar na categoria (sua primeira vitória só veio 6 anos depois da estreia), enquanto que seu amigo de infância, Hamilton, não demorou a virar um dos maiores astros e a conhecer os sabores da vitória no circo.

Emocionado, ao vencer, Nico agradeceu aos seus pais, como tem de ser, e sua esposa, companheira de longa data. Muito gente, esse alemão filho de finlandês.

Aliás, Nico é apenas o segundo filho de campeão a também levantar uma taça na Fórmula 1. Seu pai, Keke Rosberg, o fez em 1982.

Rosberg demorou para escrever seu nome entre os campeões. Mas escreveu. 

Venceu o melhor piloto da F1 atual? Não. Mas venceu o melhor piloto da temporada, que é o que importa.

Título merecidíssimo. O resto, é apenas choro de quem não sabe perder.

Resultado de imagem para rosberg world champion 2016
Foto: EPA


Sobre Abu Dhabi: A vitória do melhor?

Há eras não escrevo nada aqui. Sobre Fórmula 1, então...

Mas, hoje, senti a necessidade de falar. Porque é o tipo de coisa que esperava há eras que acontecesse.

Não cheguei a ver a corrida inteira em Abu Dhabi. Para ser sincero, não quis ver. Não queria ter crises nervosas. A corrida seria marcada mais por tensão do que propriamente por emoção.

Estava torcendo por Nico Rosberg, por N motivos. Elencarei alguns. 

Há um carma entre fãs de HQs, animes, séries e a porra toda: O ídolo/personagem/HQ/etc pode até ser legal, mas se os fãs forem chatos, a gente pega abusinho.

A torcida do Lewis Hamilton tem se tornado incrivelmente chata nos últimos tempos. Menosprezando outros pilotos, principalmente aquele que teoricamente seria seu maior adversário, Vettel, e Rosberg, o companheiro de equipe do popular piloto inglês.

E, vá lá... Nos anos anteriores, a gente até que tolerava Hamilton e suas peripécias, namoradas exóticas e jeitão de quem não quer nada com nada com a vida. Antes de ir para a Mercedes, parecia mesmo que seria outro Jacques Villeneuve, super bem-sucedido no começo mas depois caiu. Mas depois que virou tricampeão, ficou insuportável, muito arrogante, cheio de si a ponto de desdenhar constantemente de seus colegas de profissão.

Eu tenho um trauma meio que pessoal. Em algumas decisões nos últimos anos, vi decisões improváveis acontecerem em favor de pilotos-estrela em detrimento de pilotos não tão populares assim entre o público.

Queria que, pelo menos uma vez, o "patinho-feio" vencesse.

Hoje, não venceu o mais talentoso. Não venceu o melhor piloto, longe disso, aliás.

Depois de hoje, continuaremos colocando apenas Vettel, Hamilton e Alonso na mesa de discussão sobre quem é o melhor da F1 atual.

Mas, hoje, venceu o trabalho, a dedicação, a precisão. Hoje, venceu um piloto que, se não é o mais veloz ou o mais talentoso, é certamente um grande profissional na arte de guiar um carro de corrida.

Hoje, Nico Rosberg exorcizou o fantasma que pairava sobre os "segundões", aqueles pilotos que vivem na sombra de um companheiro de equipe com status de "estrela".

Alguns dirão que ele venceu porque Hamilton quebrou o motor na Malásia, quando liderava. E porque o inglês teve algumas outras falhas técnicas durante o ano.

Se for por isso, então o inglês não mereceu sua suada taça de 2008? Que ele a entregue para Felipe Massa, então. Hamilton venceu 10 corridas na temporada contra 9 de Rosberg. Na ocasião de 8 anos atrás, o brasileiro havia levado 6 provas contra 5 de Lewis.

"Ah, mas o Massa perdeu porque também fez muita besteira em 2008", dirão outros. Lembrem-se da lambança de Hamilton na Espanha, ao fazer os dois carros mercêdicos ficarem fora da corrida. Ou da batida no treino em Baku. Ou das largadas horrorosas em Monza e no Japão. 

Rosberg chegou ao final do ano com menos falhas porque se adaptou melhor ao regulamento, que não permite mais auxílios de pilotagem pelo rádio durante a prova. Estudou melhor o carro e sobre como cuidar dele para que vá até o final. Problemas com os quais o inglês quebrava a cabeça durante corridas inteiras, o alemão resolvia com alguns ajustes no volante.

Nico Rosberg venceu um piloto que está, a passos largos, caminhando para se tornar uma lenda, um dos maiores pilotos de todos os tempos, que é Lewis Hamilton. E pelos próprios méritos.

Lewis Hamilton só pode culpar uma coisa pela perda do tetra: a si mesmo. 

Não tenho nada contra o estilo de vida de Lewis Hamilton, que, se não é um James Hunt da vida, também não leva uma vida das mais samaritanas. Mas, provavelmente, esse tipo de vida o levou a essa indisciplina nas pistas. Aqui se faz, aqui se paga. As consequências vieram.

Mérito de Nico Rosberg, ao explorar, de maneira cirúrgica, as falhas do adversário. E ele, de fato, soube capitalizar em cima de cada falha.

O inglês não foi lá dos mais amistosos na festa do companheiro recém-laureado. Um abraço e um aperto de mão públicos, e um "parabéns", numa formalidade "para inglês ver". 

Obviamente, não sei o que Hamilton pensa, mas apostaria uma trufa da Cacau Show que ele não gostou nem um pouco de ter sido batido por um companheiro que muitos acham - inclusive ele mesmo, provavelmente - bem inferior. 

Torço para que isso, pelo menos, baixe um pouco o nariz de Hamilton e de seus fãs. Nem sempre o astro, o pré-destinado, o mais talentoso vence. Que fique essa lição e que ela seja devidamente absorvida.

Nico foi veloz quando precisou e combativo quando a situação pediu. E soube reagir, de maneira extraordinária, ao sistemático domínio imposto pelo inglês dentro da equipe, depois de dois títulos consecutivos. O tipo de coisa que deixaria pilotos como Rubens Barrichello e Mark Webber de cabelos em pé.

Seu poder de reação foi impressionante, pois na metade do campeonato, pois quando Hamilton tinha consolidado uma série de vitórias e uma liderança relativamente folgada, parecia praticamente impossível para o alemão recuperar seu terreno. 

Aos 31 anos de idade, com um respeitável currículo de 23 vitórias, 30 poles, 56 pódios e 20 voltas mais rápidas, o título vem para coroar uma carreira que, se não foi das mais brilhantes, foi construída com muito esforço e trabalho duro.

Um piloto que chegou na categoria para ser a grande promessa alemã depois de Schumacher, antes do furacão Vettel aparecer, e que demorou a desencantar na categoria (sua primeira vitória só veio 6 anos depois da estreia), enquanto que seu amigo de infância, Hamilton, não demorou a virar um dos maiores astros e a conhecer os sabores da vitória no circo.

Emocionado, ao vencer, Nico agradeceu aos seus pais, como tem de ser, e sua esposa, companheira de longa data. Muito gente, esse alemão filho de finlandês.

Aliás, Nico é apenas o segundo filho de campeão a também levantar uma taça na Fórmula 1. Seu pai, Keke Rosberg, o fez em 1982.

Rosberg demorou para escrever seu nome entre os campeões. Mas escreveu. 

Venceu o melhor piloto da F1 atual? Não. Mas venceu o melhor piloto da temporada, que é o que importa.

Título merecidíssimo. O resto, é apenas choro de quem não sabe perder.

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Foto: EPA


sexta-feira, 8 de julho de 2016

Sobre Batman: Arkham City



Eu já tinha achado Batman: Arkham Asylum um jogo sensacional, com imersão e sistema de combate totalmente revolucionários e uma ótima repaginada no gênero de super-heróis, até então recheado de obras pouco cativantes.

A side quest do Charada é, até certo ponto, essencial para a completude do jogo.

Ao resolvemos suas charadas e colecionar seus troféus por toda a ilha Arkham, poderíamos adquirir pontos de experiência para melhorar as habilidades do Batman e avançar mais eficazmente no jogo.

E uma insólita sensação quando você zera o jogo: Ao vagar pelo hospício vazio, você se sente tão louco quanto os lunáticos que derrotara.

Pelo menos, eu tive essa sensação.

Mas, ao jogar Batman: Arkham City, tudo o que eu já tinha achado sensacional no anterior passou a ser insignificante diante da grandeza deste. Arkham City é quase infinitamente superior ao seu antecessor em todos os sentidos.

A Rocksteady chutou o pau da barraca e fez deste jogo, a meu ver, uma das maiores obras da história dos videogames.

Imersão, habilidades, sistemas de combate, desafios, história, densidade das missões...

Em tudo, absolutamente TUDO, Arkham City é pensado para ser maior e melhor que seu antecessor.

O roteiro apresenta uma história fantástica. Quincy Sharp isolou parte da cidade de Gotham para transformá-la numa super-prisão para os fugitivos do asilo no jogo anterior.

O jogo mescla perfeitamente momentos de ação, exploração e furtividade.

E sempre apresenta ao jogador desafios que o obrigam, no final das contas, a dominar praticamente todas as habilidades disponíveis.

A luta contra o Sr. Frio é um perfeito exemplo disso.

Tanto no jogo anterior quanto neste, há muito respeito ao cânone das histórias do Batman, sendo o próprio "Arkhamverse", como é chamado o universo no qual se passa a história do jogo, muito calcado em fatos do próprio cânone.

O ponto mais forte do jogo, para mim, é outro: O realismo da cidade.

O jogo retrata perfeitamente a grandiosidade de uma cidade, naturalmente um ambiente muito maior do que o asilo do jogo anterior

E o faz na forma de uma infinidade de missões secundárias adjacentes à campanha principal, espalhadas por todo o lugar.

Contribuem para isso, também, os inúmeros desafios do Charada e os internos da super-prisão, espalhados por cada esquina, prontos para matar o Batman.

Ou rezar para não terminarem com muitos ossos quebrados...

Há muito a ser visto e experienciado no jogo, e isso de fato é um grande trunfo.

Se não for o melhor jogo que já joguei na vida, está, certamente, no meu top-5.

Estupendo!




sexta-feira, 20 de maio de 2016

Sobre X-Men - Apocalipse (com spoilers)

Havia fotos melhores. Mas adorei essa, então "fodasse"

Bom, fiquei pensando quando eu iria assistir a esse filme. 

Na verdade, pensei se eu iria assisti-lo, mesmo.

Tantos filmes para ver neste ano. 

A concorrência é enorme: Batman vs Superman, Guerra Civil, Deadpool (também do estúdio) e outros. 

A estreia ocorreu pouco depois de Guerra Civil, ou seja, ainda pegará uma razoável concorrência.

Era de se esperar que o filme perdesse boa parte de seu brilho, qualquer que fosse sua intensidade, devido a esses fatores.

Enfim.

X-Men: Apocalipse é aquele filme feijão-com-arroz. 

Aquela comidinha feita sob medida para um almoço convencional em família.

É um bom filme. Divertido, intenso e, sob certos aspectos, até imprevisível.

Vou tentar enumerar os pontos positivos e negativos:

1) Bom roteiro e desenvolvimento de história. A direção de Bryan Singer, se não faz algo excepcional, também não decepciona. 

Em dados momentos, porém, a narrativa se arrasta um pouco.

Um ponto positivo que adorei neste filme é a mudança de foco do roteiro em relação a outros filmes.

O enredo manjado da luta contra o preconceito até está presente, mas ele dá lugar a um foco novo em filmes da franquia: 

A luta contra um vilão que ponha todo o mundo em perigo e que una estes super-seres em torno de um objetivo, à revelia de divergências ideológicas.

Logo, você, definitivamente, não tem o Magneto como um vilão neste filme, como ele sempre chegava a ser em algum momento nos demais filmes.

Em X-Men 2 e X-Men 3, Magneto sempre acabava sendo o maior problema dos mutantes, ou causava tal problema.

Neste, o papel de Erik Lehnsherr, felizmente, muda bastante.

Esses personagens, além de tudo, são super-heróis. Este é um filme de super-heróis.

Ora, o Apocalipse fez com que Magneto, de fato, precisasse se unir aos X-Men. 

Todos ali sentiram uma ameaça realmente perigosa, maior do que qualquer diferença a nível pessoal ou ideológico que eles tivessem.

Algumas soluções de roteiro são fáceis demais e, a priori, nos causam um pouco de estranheza.

A forma como Tempestade fica com os cabelos brancos e como Xavier fica careca... É um tanto quanto decepcionante. Mas tudo bem, relevei.

2) Os personagens:

Michael Fassbender, em particular, está excelente na pele de Magneto, estabelecendo uma complexidade digna da personalidade do mestre do magnetismo, que faz ser inadequada qualquer análise reducionista que tente colocá-lo como herói ou vilão.

Boa parte do filme trata da origem de alguns personagens, como Ciclope, Jean Grey e Tempestade.

Todos são bem desenvolvidos.

Você sente o drama de Scott Summers e o preconceito contra Jean Grey.

Mercúrio, mais uma vez, rouba a cena. E que cena! A cena em que o Instituto Xavier explode e ele resgata a todos é divertidíssima. Ri demais!

(Não sei para que a Marvel foi inventar de fazer um Mercúrio completamente esquecível em Era de Ultron..)

É interessante, também, a participação de William Stryker no filme. 

Nos levou a conhecer aquela que, talvez, seja a derradeira aparição de Hugh Jackman como Wolverine em um filme dos X-Men. 

A Arma X também está fiel aos quadrinhos! Achei incrível.

Destaques negativos para Psylocke e Anjo.

Apesar da personagem de Olivia Munn estar inegavelmente fiel aos quadrinhos em aparência, você não sente a personalidade da Psylocke ali.

Entra e sai como capanga. Entra muda e sai calada.

Se estiver nos próximos filmes, tomara que seja melhor aproveitada.

O mesmo com Anjo. Está ali só para ser capanga. Entra mudo e sai calado. Completamente esquecível.

Gostei, porém, do momento final do filme, quando a super-equipe de Xavier começam a enfrentar os sentinelas na sala de simulação de combates.

Bateu a nostalgia. Os uniformes, mais coloridos, lembraram a lendária animação dos anos 90.

E o diálogo que Xavier e Magneto tiveram na cena de xadrez também é trazido para cá.

Excelente sacada de Singer. Tomara que o próximo filme seja na pegada dos anos 90, mesmo.

3) Apocalipse: Vilão muito mediano. Até tem bons momentos, mas definitivamente ele não tem aquilo que nos faz amar e odiar um vilão. Oscar Isaac não captura a essência.

Apesar disso, funciona bem em certos aspectos, principalmente se pensarmos que traz, até certo ponto, uma carga dramática ao filme.

Mas é uma pena que tenham-no matado. Poderia ser aproveitado para outras ocasiões.

4) Trilha sonora, à exceção da de abertura e encerramento, esquecível.

Conclusão: É um filme bom e divertido, tem grandes ideias e acertos que te fazem sair satisfeito, mas erros que te fazem pensar que poderia ter sido um tanto melhor.

Nota: 8,0

Beijo na bunda e até segunda.






terça-feira, 10 de maio de 2016

Sobre um entrelaçar






















Era uma noite sombria.

Uma noite das trevas, realmente das trevas.

Poucas noites não eram assim, para dizer a verdade.

Mas essa, especificamente, não estava se poupando em melodrama.

Acordei em um lugar rochoso. O céu acima de mim sangrava.

Do meu lado direito, formações rochosas se revezavam entre cristas e vales.

Do esquerdo, um precipício que prenunciava uma infindável queda.

A água caía como em um infinito pranto.

Não demorei, contudo, a perceber que não estava sozinho naquele lugar.

Ali, diante de mim, remanescia em pé alguém cujo rosto não custei a reconhecer.

Um rosto que, muitas vezes, configurei como uma personificação específica na minha mente.

A sensação que me veio, posteriormente, foi a de conhecer este lugar.

Um lugar que, certamente, já permeou minha mente várias e várias vezes.

Ali, defronte de mim, a personificação de meus maiores medos e angústias, meus maiores temores e horrores.

Mas que, ao mesmo tempo, eu configurava como a personificação de minha zona segura.

Seu nome era Rich Brook.

Tínhamos uma relação afetuosa, Rich Brook e minha pessoa.

Uma relação, devo dizer, bem longa.

Ou era o que parecia.

Mas a cada vez que eu tentava sair dessa zona segura, machucava-me constantemente.

Brook era quem me acolhia, e eu, sentia-me seguro nessa zona de conforto.

Que, eventualmente, tornava-se isolamento.

Isolamento esse no qual, sem grandes preocupações, penetrei de maneira profunda por anos.

Senti, pois, que foi um erro.

Um propósito que se provou extremamente danoso.

E é por isso que ali estivemos naquele dia, Rich Brook e eu.

Senti que o intenso contato com Brook por todo esse tempo em muito prejudicou-me.

Deixei clara minha insatisfação com aquilo.

A personificação de meus medos, pois, sentiu-se afrontada.

"Afinal, que ganho há em sair do lugar onde você tem tudo o que precisa para não sofrer e não se machucar?", indaga Brook.

Titubeei.

Pergunta difícil.

E não é o tipo fácil de se responder quando se está à beira de precipícios.

Reuni, até aquele momento, toda a coragem que pude.

"Não sei dizer se há exatamente um ganho.

Não posso controlar todas as variáveis.

Nunca saberei totalmente ao certo o que vai acontecer.

Talvez, contudo, esse seja o grande segredo para se descobrir a verdadeira alegria.

Nem todos os momentos serão felizes.

Ainda poderei cair várias vezes.

Porém, hoje, sei que o remédio para parar de sofrer nunca será esse isolamento.

Nunca será a prolongada e prejudicial relação a teu lado.

Existem coisas na vida que não são aprendidas se você recorrer aos fáceis refúgios.

Aprender a não sofrer não implica necessariamente em desistir de todo o resto.

Ainda posso tentar novos horizontes, novas formas de ser feliz.

Novas formas de encarar a vida.

De viver. E ser feliz.

E é isso que quero."

Era demais para Brook.

Ele irrompeu contra mim. Atacou-me numa repentina fúria.

Senti-me sufocado por seu ataque, mas logo me recompus e o acertei também.

Seguiu-se uma luta. E nos atracamos à beira da queda.

Brook esteve próximo de me lançar abismo abaixo, devo dizer.

"Devemos cair juntos?! Tem sido assim nos últimos anos, não tem?! Sempre você e eu!"

Não consegui responder. Minha única vontade era a de me desvencilhar daquela situação.

Era evidente que, sozinho, seria difícil derrotar Brook e sair da zona de conforto.

O isolamento havia me enfraquecido ante sua presença, geralmente tóxica e fragilizante.

Até que uma voz se anunciou de onde a luz não chegava.

Uma voz pouco ouvida por mim antes. Mas inconfundível.

Logo, ela saiu das sombras, com uma arma apontada para Brook.

"Se não se importar, senhor Brook, gostaria que se afastasse deste homem. Creio que sua presença é um tanto quanto desagradável para ele."

Era uma outra personificação em minha mente.

Enquanto escrevia esse texto, não soube escolher um nome adequado para ela.

Mas, tudo o que eu sabia, naquele momento, é que, perto dela, eu sentia uma força ascendendo em mim.

Era como se o medo estivesse indo embora.

Mas não era.

O medo, compreendi posteriormente, ainda estava lá.

A zona de conforto sempre estará ali, esperando para ser abraçada, usada e abusada enquanto priva você da vida.

Abraçar a zona de conforto significa entregar-se totalmente ao medo.

E, portanto, declinar da vida. Entregar-se ao abismo.

Sair da zona de conforto significa entregar-se à vida. E ao medo.

Ao medo? Sim, ao medo também.

Muitas vezes, o medo nos mantém vivos.

Mas nunca deixar de se entregar à vida para cair nos braços da zona de conforto.

Porque o medo, a partir daí, deixa de ser protetor.

Essa zona parece, a princípio, confortável. Mas se torna sufocante com o passar do tempo.

E ela continuará, ali, até que você se permita viver e conviver, relacionar-se, tentar novos caminhos.

Eu estou tentando. Tive ajuda, admito.

Mas sair dela implica, muitas vezes, a corresponder quando alguém estende a mão em direção à sua própria.

E, eventualmente, sentir que o entrelaçar dos dedos valeu a pena.




*Parcialmente inspirado em Sherlock*














sexta-feira, 29 de abril de 2016

Sobre Guerra Civil: Uma aula sobre épicos (COM SPOILERS)



Capitão América: Guerra Civil lançou nessa quinta-feira (28) aqui no Brasil.

Pensei em ir ver no sábado. Acabei chutando o pau da barraca e vi ontem mesmo, na estreia.

E não me arrependi, no final das contas.

O filme é simplesmente uma das melhores adaptações de filmes de super-heróis de sempre.

Uma aula sobre como fazer filmes épicos. Aprende, viu, DCzinha, minha filha?

Tem tantos pontos positivos que é difícil enumerá-los de maneira coesa, pois são muitas as coisas que impressionam neste filme.

Mas vou tentar enumerar cada coisa bem direitinho.

Vamos aos pontos positivos.

1) Direção e roteiro cuidados com um esmero quase irretocável. A direção dos irmãos Anthony e Joe Russo é cirúrgica, tirando um errinho de continuidade aqui e ali, que não comprometem a qualidade do produto final.

O roteiro é fantástico.Christopher Markus e Stephen McFeely arrebentaram a boca do balão. Apesar de acontecerem várias coisas, a narração dos fatos não se atropela em momento algum e o ritmo é excelente, dá a sensação de estar sendo travada uma guerra, de fato. Cada fato é muito bem encaixado.

O filme equilibra muito bem o tom sombrio com as piadas, essas também encaixadas de maneira genial.

2) Devido justamente a isso, todos os atores estão maravilhosos em cena. TODOS. Desde os principais (Homem-de-Ferro e Capitão América, obviamente) até, por exemplo, o Gavião Arqueiro.

Todos têm uma participação muito sólida no filme.

Destaque ainda para a atuação mais dramática de Robert Downey Jr., que soube intercalar muito bem entre o Stark piadista e o Stark mais sério. Em Era de Ultron, Tony fazia piadas praticamente a cada 5 minutos.

Você não sente falta de uma aparição maior de nenhum, todos cumprem seu papel de maneira brilhante, com exceção, talvez, de Zemo.

3) Isso, para mim, fez a Marvel quebrar uma regra de ouro dos filmes de heróis: Nunca coloque vários personagens, sob pena de deixar o roteiro comprometido.

Aqui está a grande revolução de Guerra Civil.

Porque aqui, você não tem essa sensação de roteiro atropelado, de maneira alguma. A preparação de todos os filmes anteriores, que levaram a esse, deixou dispensável qualquer maior apresentação dos personagens, à exceção do Pantera Negra e do Homem-Aranha (dos quais falarei já, já).

Nenhum deles ficou sub-aproveitado, tampouco o roteiro foi prejudicado pelo excesso de personagens. Talvez tenha sido justamente ajudado por isso, dado o contexto de guerra.

4) Se em Batman vs Superman: A Origem da Justiça, o conflito ideológico é pouquíssimo explorado, aqui em Guerra Civil ele é explorado à exaustão.

E não é algo jogado ali de paraquedas. Durante todo o filme, os fatos que ocorrem são colocados sucessivamente de um jeito que fazem o espectador titubear sobre qual lado apoiar o tempo inteiro, de maneira que, ao final, ele esteja com condições de decidir sobre sua posição a respeito desse conflito.

5) Homem-Aranha e Pantera Negra.

Marvel did it again? Certamente.

Vimos, em 2h26min de filme, esses dois personagens serem introduzidos muito bem. Se, por um lado, tivemos T'Challa, um personagem praticamente desconhecido, por outro, Peter Parker dispensa apresentações.

O Pantera Negra nos é apresentado com a devida carga de drama, na reunião geral das Nações Unidas em Wakanda para deliberar sobre o Tratado de Sokovia.

A atuação de Chadwick Boseman é ótima e foi um excelente aperitivo para o filme-solo do personagem, que debutará nas telonas em 2017.

Já Peter Parker/Homem-Aranha, com mais de 50 anos de história e diversos interpretes anteriores no cinema, dispensava maiores apresentações. Tom Holland foi uma escolha acertadíssima para o papel do Cabeça-de-Teia.

O Homem-Aranha tem participação sólida na guerra e suas cenas de luta são impecáveis, assim como seus diálogos, que sem dúvida lembram os quadrinhos. O melhor Aranha de todos até aqui. Também excelente aperitivo para seu filme-solo, Homem-Aranha: De Volta ao Lar, que estreará em 2017.

Mortalmente ágil, tagarela, divertido. Deja vu.

Tivemos uma Tia May interpretada por Marisa Tomei (cá entre nós, uma MILF extremamente gostosa, falo mesmo), que deverá aparecer mais em De Volta ao Lar, e um Peter Parker extremamente jovem e novato no contexto da vida de super-herói.

Dispensaram a cena da morte do tio Ben - adequado, a meu ver - e já partiram logo para a entrada do Aranha no time do Homem-de-Ferro.

Mas, como nem tudo são rosas... Vamos aos pontos negativos.

Achei alguns probleminhas que, embora não comprometam o desenvolvimento geral do filme em si,  incomodam um pouco a sensação que tenho em relação ao Universo Cinematográfico Marvel como um todo.

1) Ninguém morre. NINGUÉM. MORRE. Isso é bem chato. No trailer, você até dá pra imaginar que o James Rhodes possa vir a morrer com aquela queda. Mas ele só perde o movimento das pernas, mesmo.

E vai recuperar. Tony Stark, que não é bobo, fez alguma coisa parecida com próteses estimulantes aos nervos das pernas dele.

E olhe que no original dos quadrinhos, é muito mais dramático em relação a isso. O drama maior do filme é, ora vejam, a revelação para Stark de que Bucky matou seus pais.

2) Helmut Zemo. Não tem nada a ver com o Barão Zemo dos quadrinhos, mas isso a gente até releva. O problema é que, em comparação aos heróis, ele não tem muito tempo de tela.

É até compreensível, porque as relações entre os heróis são o foco. Apesar disso, ele acaba sendo essencial para o desfecho do conflito, mas poderia ter aparecido mais, e melhor adaptado.

Mas a atuação de Daniel Bruhl é ótima. Como disse, todos os atores estão ótimos em cena.

3) O final ficou um pouco confuso, para mim. Não sei, tive uma sensação de que faltou alguma coisa, algum drama maior para finalizar.

4) Uns errinhos de continuidade, como em uma tomada o Stark, sem capacete, dar um soco no Capitão, e na tomada seguinte ele já estar com o capacete colocado. Bobagem, a meu ver.

Enfim, é um filme excelente, no final das contas.

Nenhum dos pontos negativos compromete o resultado final, que vale mais de uma ida ao cinema, com certeza.

Vou me despedindo por aqui.

Beijo na bunda e até segunda.

Nota: 9,5

sábado, 2 de abril de 2016

Sobre Alonso e Herbert

Fala, macacada! 

Tudo bão com vocês?

Então. Fiquei sabendo, pelas más línguas, que Johnny Herbert andou falando merda sobre Fernando Alonso.

Que "deveria tomar cuidado para que suas palavras sejam melhores que seu silêncio"

Fiquei curioso e fui procurar sobre a tal grande heresia.

Aí, li que o britânico disse que o espanhol "deveria se aposentar".

E fiquei me perguntando... qual a grande heresia em dizer uma coisa que tem certa razão em ser dita?

SIM, Herbert tem razão.

"Nossa, que absurdo, Padua! O Herbert perdeu uma grande chance de ficar calado, isso sim!"

Até um certo ponto, sim. Era um comentário que não precisava ser feito.

Mas Herbert tem razão.

Senão, vejamos: 

Alonso está com 35 anos. Na F1 atual, quanto mais jovem, melhor.

Tem mais dois de contrato com a McLaren. 

McLaren que, definitivamente, não vive seu melhor momento. 

McLaren que, em 2015, deu ao espanhol seu pior ano na carreira (chegando a perder para Button na classificação final). 

Seu último título está para completar 10 anos de poeira e aranhas fazendo caca.

Esse tipo de coisas desmotiva, a nível substancial, qualquer um.

O espanhol já teve seu melhor momento na F1.

Arrisco, sem medo de errar, que seu melhor ano na categoria foi em 2012.

Enfim. Tudo isso é fundamental para corroborar o comentário de Herbert.

Além do mais, a resposta atravessada e evidentemente descortês do espanhol é, a meu ver, prova de que ele já lida com essa possibilidade internamente. 

Outra coisa: Herbert não precisa ser nenhum Senna ou ter uma carreira esmeráldica na F1 para dizer o que disse.

O britânico, como todos nós que acompanhamos F1, fez uso de seu discernimento e capacidade de análise e observação.

E, teoricamente, segundo alguns, ele é ainda mais calejado para falar do que nós.

Ora, há quanto tempo Johnny Herbert convive no paddock da F1? Quase 30 anos?

O cara tem total respaldo para falar a merda que quiser.

E, neste caso, mais uma vez: ele tem razão.

Não importa o quanto Fernandinho tente pagar de Samurai com a língua da espada afiada no twitter.

O tempo está passando. As mágoas com a F1 se aprofundando. O terceiro título, esse está cada vez mais distante.

O apelido de "o melhor da atualidade" por mais que alguns fãs mais fervorosos do espanhol contestem, já não cola mais.

Aos poucos, a razão de Herbert está se concretizando em fatos. Fatos desde antes desse comentário.

Por isso que não é necessário fazê-lo.

No mais, parem de choradeira.

Beijo na bunda e até segunda.

EM TEMPO: O treino de hoje foi a mesma merda de duas semanas atrás. Por isso, não merece texto.

domingo, 27 de março de 2016

Sobre Batman vs Superman (com spoilers)



Engraçado, o título.

Sempre tento fazer títulos alegóricos sem entregar diretamente o tema do texto.

Mas, dessa vez, não vai dar muito certo.

Isso posto, vamos ao texto.

Primeiro, tenho que fazer três comentários iniciais.

1) Quem não quiser spoilers, nem passe desse ponto do texto;

2) O filme é praticamente inteiro entregue nos trailers, sem grandes surpresas;

3) Fui ver com expectativas baixas. E não fui surpreendido de forma alguma, exceto pela atuação de Ben Affleck.

Batman vs Superman: A Origem da Justiça teve alguns elementos excelentes, mas também falhas graves.

Primeiro, comentemos os bons elementos.

1) O Batman de Ben Affleck é simplesmente o melhor que já vi nas telonas. 

O controverso ator calou a boca de meio mundo que criticou sua escolha. 

E entrega uma atuação excelente, uma das melhores do filme.

Tanto Bruce Wayne quanto o Homem-Morcego estão ainda mais sombrios e lembram muito suas origens dos quadrinhos.

Atrevo-me a dizer, para o desespero dos fàs da trilogia de Christopher Nolan, que Affleck roubou para si o personagem.

Mas eu não esperaria menos, pois Affleck se preparou durante alguns anos e recebeu conselhos do próprio Christian Bale.

E Nolan está na produção executiva do filme!

O Alfred de Jeremy Irons é bom, mas o de Sir Michael Cane ainda é o melhor.

Esse Batman é alusão clara à HQ "The Dark Night Returns". 

2) A trilha sonora é excelente. Hans Zimmer entrega um dos pontos altos do filme, sobretudo as composições das cenas de Lex Luthor, excêntricas como o personagem. E as do Batman também são ótimas.

3) A Mulher-Maravilha de Gal Gadot é outro ponto alto. Está muito boa também, além de poderosíssima.

Em suma: de um modo geral, as atuações são boas.

4) A melhor cena do filme é, sem dúvida, a surra que Batman aplica no Superman. 

Desmonta a arrogância de Kal-El e ainda o faz sangrar, como prometido.

A cena da união da trindade não faz feio, mas não surpreende. 

5) O ato final do filme também não surpreende, mas é divertido. Os fãs não ficarão desapontados.

O filme faz referência a, no mínimo, três HQs: O Cavaleiro das Trevas, Injustice e A Morte do Superman.

A ponta de Neil DiGrasse Tyson foi algo muito legal de se ver.

6) MENÇÃO HONROSA para o Aquaman de Jason Momoa. Jogaram Old Spice no personagem e as particulas de cabra-macho fizeram a diferença. Superei meu trauma de infância, o Aquaman dos Super-amigos.

Mas, como estamos falando de um filme bom e nada mais que isso, vamos comentar os problemas, que, ao meu ver, foram graves.

Antes de qualquer coisa: eu não sou "Marvelete" e não sou que nem os críticos absurdos que reclamaram porque o filme não tem alívios cômicos a cada 5 minutos ou tem "referências demais aos quadrinhos".

Achei essas críticas infundadas e fracas. A DC tem seu próprio estilo e isso precisa ser respeitado.

Vamos aos problemas:

1) Previsibilidade: Os trailers mostraram, realmente, o enredo quase que inteiro.

2) Preguiça e pressa. A DC é preguiçosa. Queria, a todo custo, alcançar o sucesso da Marvel nas telonas, mas sem desenvolver o mesmo trabalho ostensivo da rival.

O resultado é 3) um filme de roteiro atropelado, com muitos personagens e problemas similares aos de filmes como Spider-Man 3 (2007).

Afinal, a DC esperava, em um longa de 2h35min, fazer o que a Marvel fez em 4 ou 5 filmes, com direito a cenas de ligação entre cada um dos personagens, tanto durante os filmes quanto nas famosas cenas pós-créditos.

Não rolou. Para mim, não é um filme digno de introduzir a Liga da Justiça.

A DC tem que entender que, neste momento, precisa construir seu universo cinematográfico, não disputar com a Marvel.

Esta já fez seu dever de casa e está colhendo seus frutos, dominando o cinema de Super-heróis.

Temos três filmes num só. O do Batman (pura exposição no primeito ato), o do Superman (mais do mesmo, muito pela própria atuação sem graça de Henry Cavill) e o da Origem da Justiça (melhor ato do filme, além de divertido).

E uma fotografia que, por vezes, é confusa, ao tentar transitar entre os três filmes.

4) O Lex Luthor de Jesse Eisenberg é duas coisas em uma: O Mark Zuckerberg visto em "A Rede Social" (2010) e o Coringa que não era para aparecer neste filme.

É aquele cara que só quer ver o mundo pegar fogo. Mais Coringa, impossível.

Muito piadista e irreverente para ser Lex Luthor, mas deve amadurecer nos próximos filmes.

5) O filme tenta, a todo momento, alavancar as pontas para os próximos longas, o que chega até a prejudicar, por vários momentos, seu próprio desenvolvimento.

Só faltava um "To be continued" nos últimos quadros da fita.

Em suma: Um filme bom, com elementos ótimos, mas as falhas fazem com que seja só isso, mesmo: bom. Vale o ingresso e uma ou duas idas ao cinema.

Nota: 7.5

Beijo na bunda e até segunda.



sexta-feira, 25 de março de 2016

Sobre... Demolidor mesmo

É difícil escolher as palavras para escrever.

É difícil até começar a escrever.

Terminei de ver a primeira temporada de Demolidor há poucos minutos.

Algumas coisas, posso dizer que introjetei a partir de prévia experiência com Jessica Jones.

A sensação de estar vendo um filme de 13 horas, por exemplo.

Mas, dessa vez, aqui temos um grande roteiro.

Temos episódios que, claro, dependem uns dos outros para manter a coesão da série.

Mas cada roteiro de cada episódio tem seu papel importante na série. Não há sequer UM episódio inútil.

E ela tem vários focos.

Se, em "Jessica Jones", tínhamos como foco quase absoluto os dois protagonistas, num roteiro prolixo e cansativo...

... em "Demolidor", vemos vários personagens importantes contracenando, cada um com sua devida importância.

E praticamente cada fato narrado é de suma importância para a compreensão do enredo.

Para isso, o desenvolvimento dos personagens no roteiro é fantástico, e as atuações são memoráveis (destaques, obviamente, para Charlie Cox, Vincent D'Onofrio e Vondie Curtis-Hall).

O que é aquele Wilson Fisk?! Eu vi o Rei do Crime dos quadrinhos ESCULPIDO em Vincent D'Onofrio!

O ator interpreta Fisk de maneira magistral.

Ben Urich, personagem de Curtis-Hall, é envolvente e um grande mentor na série.

Suas frases são marcantes. Uma delas estará ao final deste post.

Indispensável também falar de Scott Glenn, como Stick. Um grande mentor para Matt Murdock.

Destaque ainda para a composição da trilha sonora, sobretudo da abertura.

A melodia segue o ritmo de uma frequência cardíaca. Matt Murdock sabe que uma pessoa está mentindo ao ouvir seu coração. Genial.

Isso para não falar das inúmeras e geniais composições de J.S. Bach, presentes ao longo da série.

A fotografia deu um clima sombrio à ambientação da série, algo essencial quando estamos falando de um personagem como o Demolidor e de um roteiro que favorece uma trama com ares de investigação e suspense policial como esta.

Como um amigo meu disse: o cuidado ao fazerem essa série foi exemplar.

O resultado foi magistral.

Tanto que conjecturei à exaustão sobre quaisquer erros da série e não consegui lembrar de nenhum.

Posso dizer: é uma das melhores coisas sobre super-heróis que eu já vi.

De hqs, filmes ou séries.

E bora pra segunda temporada!

Nota: 10

Beijo na bunda e até segunda.

Você colhe o que semeia.’

É um velho ditado.
Um que sobreviveu ao tempo, porque é verdade.
Na maior parte.
Mas não para todos.
Alguns colhem mais do que semeiam.
Porque acreditam não ser como os outros.

Que as regras, aquelas de gente como você e eu, gente que batalha para viver, não se aplicam a eles.

Que eles podem fazer o que quiserem e viver felizes para sempre, enquanto o resto de nós sofre.

Eles fazem isso nas sombras. Sombras que criamos.
Com nossa indiferença. Com nossa incrível falta de interesse em algo que não nos afete diretamente, aqui e agora.

Ou talvez seja a sombra do cansaço. De como estamos cansados de batalhar para voltar a uma classe média que não mais existe, por causa daqueles que pegam mais do que merecem.

E continuam pegando, até que só reste para nós uma lembrança de como as coisas eram antes das corporações e lucros decidirem que não importamos mais.

Mas importamos.

Você e eu. As pessoas desta cidade.

Nós ainda importamos.

(Ben Urich)

domingo, 20 de março de 2016

Sobre resultados que nunca mudam

Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1 Team W07
(Foto: XPB Images)
~Senta que lá vem o textão~

Eu vi GP da Austrália, ontem.

Vi as duas Ferrari passar as duas Mercedes na largada.

Vi uma corrida, aparentemente, cheia de alternativas a partir daí.

"Temos uma corrida de F1", gritei pelo Twitter.

E, por bons momentos, de fato, tivemos. 

As primeiras voltas foram excelentes, com as Mercedes sofrendo para recuperar o terreno perdido na largada.

Hamilton, atrás do volante da poderosa Mercedes, ficou uma eternidade tentando passar uma Toro Rosso.

Vai ter pesadelos com Sainz e Verstappen, o menino Lewis.

Mas aí deu safety car. Batida monstruosa entre Alonso e Gutierros.

O espanhol capotou uma porrada de vezes e ficou com o carro destruído. Saiu mancando.

Foi abraçado por Gutierrez. Renasceu, o menino Fernandinho.

No paddock, era só sorrisos. Não para menos.

E admitiu a culpa pelo acidente. Nada mais justo. 

De fato foi um crasso erro de cálculo na tentativa de ultrapassagem.

Mas em se tratando de Alonso, um sujeito que geralmente deixa a culpa para o adversário, é um notável gesto de humildade.

Voltemos à corrida. O acidente provocou bandeira vermelha. Decisão acertadíssima.

Demorou muito tempo para ajeitarem a pista. Mas, depois do que aconteceu com Jules Bianchi, é melhor pecar pelo excesso.

Depois, todos puderam trocar de pneus. A Ferrari, em um erro estratégico, decidiu manter os supermacios de Vettel. 

A Mercedes manteve os médios. Se deu melhor.

Com todos os carros juntos novamente e a possibilidade de colocar sapatos novos, não era mais questão de perguntar SE a Mercedes iria retomar a dianteira, mas sim QUANDO.

E assim foi. 

Em estratégia mais apropriada, a Mercedes, que já seria candidata natural à vitória nestas condições, não teve dificuldade alguma para voltar à ponta.

Ainda contaram com o problema de pit stop da Ferrari de Vettel na última parada e com o abandono de Raikkonen. Motor do carro do finlandês abriu o bico.

Com isso tudo e noves fora, a corrida se encaminhou para ter a Mercedes com dobradinha e Vettel na terceira posição. O básico.

O tedesco da Ferrari ainda tentou tomar a segunda posição de Hamilton, com pneus melhores no final, mas errou a freada numa das curvas a duas voltas do fim e perdeu a chance. 

Mas manteve o pódio.

E assim terminou. 

Ao menos, Rosberg deu um chega pra lá na irritante prepotência do companheiro.

Hamilton estava insuportável. 

Hoje, irreconhecível.

O inglês cagou na largada e fez uma corrida bem beréu. 

No mais, destaquemos as ótimas corridas da Toro Rosso (a despeito da fúria de Vestappinho) e da Renault do Palmer (surpreendeu-me um pouco o moleque mimado).

E, claro, a sexta colocação de Romain Grosjean com a estreante Haas.

Excelente trabalho do francês ao volante do VF16. 

Para quem ama as equipes garagistas, é uma grata surpresa. Foi lindo e emocionante de se ver.

No mais, a reflexão que eu proponho é:

Qual a graça de assistir uma corrida dessas se o final é sempre o mesmo?

Qual a graça de ver a Ferrari assumindo a ponta na largada se, no final, sabemos que a Mercedes vai retomar e vencer com dobradinha?

Sei lá, acho que essa corrida foi tipo a Fórmula 1 do treino de ontem.

A F1 que deixa seu pau duro mas te faz broxar.

E dá margem pra qualquer um que dormiu e perdeu a corrida, acordar e dizer "outra corrida chata em que só mudou a ordem dos carros mercêdicos".

Sabemos que não foi assim, mas não culpo a pessoa que falar isso.

"AIN PADUA NO TEMPO DA RED BULL ERA ASSIM E VC NÃO RECLAMAVA"

Nem a pau no tempo da Red Bull era assim. 

Vettel era muito mais suscetível a erros de estratégia, problemas de confiabilidade ou os outros simplesmente não eram tão mais lentos e, vira e mexe, ameaçavam com real perigo.

Nessa era da Mercedes, esse carro é insanamente mais rápido que os outros e não fica em desvantagem nem com pneus muito gastos!

Sebastian tinha pneus duas vezes menos gastos que o inglês da Mercedes nas últimas voltas. E não passou!

Que adianta tentar vencer a Mercedes se eles têm, com pneus médios, o desempenho que a Ferrari teria com macios, e assim sucessivamente?!

Sei lá. É triste ver isso.

"AIN ELES MERECEM PORQUE TRABALHARAM MELHOR QUE OS OUTROS"

De fato, merecem, não deixo de reconhecer isso. 

Mas e o show, fica como? Enfia no cu?

A Red Bull merecia também, e nem por isso a FIA deixou de dificultar ao máximo o trabalho deles.

Precisamos de corridas com alternativas de verdade. 

Nivelar a Mercedes pelo nível das rivais seria injusto para eles. 

Mas excelente para todo mundo, que é o que importa.

A FIA conseguiu fazer isso em dois dos quatro anos de supremacia técnica da Red Bull. 

Resultado: Dois dos melhores campeonatos que a F1 já viu (2010 e 2012).

Quero mais corridas como o GP de Cingapura de 2015, em que a Mercedes corre riscos reais.

Apenas isso.

No mais, escrevi demais.

Mais do que eu gostaria para um texto sobre corridas.

Beijo na bunda e até segunda.

Alonso renasceu depois dessa (Foto: XPB Images)

sábado, 19 de março de 2016

Sobre uma política que segrega

Preocupa-me essa animosidade política.

As consequências a nível político? Isso todo mundo já discute a rodo, então é ponto batido.

Acho mais preocupante a perda no aspecto humano da coisa.

Eu me esforço muito pra não me perder em meio às defesas dos meus pontos de vista ou na propagação das ideologias que eu defendo. Quem me conhece, sabe disso.

Porque eu não quero me perder de quem eu sou.

Mas tem uns e outros que se tornam uns tremendos babacas quando estão falando de política.

OK, num cenário político propício para ânimos acalorados como estão os nossos, é natural que, vira e mexe, ocorram hostilidades. São várias ideias diferentes sendo defendidas e, portanto, em constante conflito.

Mas é preocupante que as pessoas levem isso de forma exaustiva para o lado pessoal.

Não estou me referindo a ninguém em específico, mas acho que. de um modo geral, as pessoas não estão se esforçando nenhum pouco para não serem agressivas ou até intransigentes.

Poxa, gente. 

E os laços de amizade ou até amorosos que temos com aqueles que gostamos e amamos?

Vale a pena jogar essas coisas tão valiosas no lixo porque "ele é coxinha" ou "ele é petralha"?

Vale abdicar de quem nós somos? 

Das palavras que nós dissemos? Paz, felicidade e amor?

Sabe, não defendo que as hostilidades naturais na política cessem, não.

Defendo que a gente seja mais razoável.

Eu mesmo continuo buscando me policiar. 

A esquerda, a direita, o feminismo, o negrismo*, o gordoísmo*, ou o que quer que seja, não podem roubar de vocês aquilo que vocês são e tampouco a afeição pelos seus amigos.

Porque, se é verdade que essas coisas podem nos separar, também existem coisas que podem nos unir.

E não são poucas.

Se tiverem esquecido dessas coisas, busquem refletir a fim de lembrar. 

E voltemos a cultivar, de maneira producente, os laços com nossos amigos pelas coisas que nos unem.

Beijo na bunda e até segunda.

* NOMES MERAMENTE ILUSTRATIVOS PELO AMOR DE DEUS

Sobre fiascos

Hamilton nem fez média; comeu logo o rabo do resto sem pudor algum

Vamos lá.

Começou a Temporada 2016 da Fórmula 1.

E, com ela, o feliz ano velho de Marcelo Rubens Paiva.

Porque nada mudou.

Mercedes continua comendo a bunda da concorrência.

A Ferrari na vibe "ou vai, ou racha" - mas não vai.

Williams e Red Bull se matando.

McLaren chorando as pitangas da distante Pasárgada.

Renault voltou pra tomar porrada.

Mas venho por aqui é pra comentar esse novo sistema de classificações, mesmo.

Mas a pergunta para a FIA após esse treino classificatório do GP da Austrália é a seguinte:

"Se é pra fazer broxar, pra que deixar a gente de pau duro?"

Porque Hamilton fez a pole mais chocha de sua carreira, neste que é um forte candidato a pior treino classificatório da história.

É uma ideia que se provou relativamente boa, no começo. Proporciona um bom espetáculo. As equipes são obrigadas realmente a colocarem os carros para correr.

E, no começo, essa aparente imprevisibilidade pode acabar minando pilotos de equipes grandes - como aconteceu com Kvyat no Q1 e Bottas no Q2.

Os pilotos lidam com a pressão e os mais experientes se sobressaem. Ainda mais com a proibição do rádio.

Mas o Q3 foi uma decepção completa.

Com 3 minutos faltando para o final do treino, já tinha piloto se pesando.

Nem tinha acabado o treino direito e Vettel já estava de jaquetinha e calça jeans. Nem mesmo a foto do top-3foi feita.

Os pilotos mais atrás na classificação nem tentavam melhorar. Um anticlímax total.

Patético. Um fiasco gigantesco.

Tomara que eles mantenham o Q3 como era antes. Ou criem uma punição para quem não for à pista, sei lá.

No mais, tem outra reflexão que seria interessante fazer.

Vocês não acham esse modelo de classificação a forma mais idêntica ao jogo de forças políticas da Fórmula 1 atual?

Senão vejamos: Q1 e Q2 viraram dois momentos em que é promovida a total autofagia entre as equipes médias e pequenas.

Assim que todas as equipes se acostumarem com o sistema, as grandes equipes se beneficiarão muito mais.

Isso é algo que ocorre muito na F1 atual, não acham? As equipes grandes se distanciando cada vez mais das médias e pequenas, enquanto essas se engolem umas às outras, como macacos numa jaula tentando alcançar o distante cacho de banana.

Enquanto que o Q3 privilegia a supremacia e a força das melhores equipes, em detrimento das não tão grandes em termos de desempenho.

Em dado momento do Q3, você só terá pilotos da Mercedes e da Ferrari! Em dado momento, você tem uma possível briga entre, apenas, Hamilton e Rosberg!

No mais, do ponto de vista do espetáculo, Q1 e Q2 estão ótimos. Mas o Q3 não pode ser desse jeito.

De surpreendente no treino, apenas Haryanto superando Wehrlein.

Só isso mesmo.

Beijo na bunda e até segunda.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Sobre BBB e causas incompletas

ATENÇÃO: Isso aqui não é indireta pra ninguém, eu não sou disso. Quem se sentir ofendido em particular, adianto que não há razão para tanto. Esse texto é o resultado de uma série de reflexões que tenho feito nos últimos dias sobre o assunto.


Deixando claro ainda que não sou dos chatos que vivem a dizer para as pessoas pararem de ver Big Brother.


Vamos lá...

Estive lendo sobre reações bem calorosas e indignadas em relação ao tal do Laércio, participante do BBB.

Eu concordo com a causa, acho que é absurdo um homem com 50 e tantos anos falar em rede nacional que adoraria ficar com garotas de 16-17. Falta a elas ainda muito desenvolvimento em vários aspectos da vida.

Vamos criticar o tal do participante pedófilo? Vamos. É justíssimo.

Mas também vamos ter senso do que é que financia a aparição desse tipo de coisas na televisão.

As pessoas acham normal ver novelas exatamente com o tipo de assunto retratado no BBB. Mortes, enganações, estupro, pedofilia. Enfim, toda a podridão do escopo humano.

Mas o programa é mais nojento e mais visceral ainda, porque é com "pessoas de verdade". Gente de verdade, ali, falando coisas que você veria facilmente numa novela dessas.

Vamos lembrar de uma coisa básica: O Big Brother é um programa de televisão. A TV coloca as coisas no ar visando uma coisa: Retorno financeiro. E isso se traduz em audiência. Programas com baixo ibope são eliminados.

Se as pessoas continuam assistindo Big Brother com toda a podridão que mostram nele, é porque não veem problema nisso. Se o Big Brother está na DÉCIMA SEXTA (!) edição, é porque sempre foi e continua sendo um sucesso financeiro e de audiência.

Isso é um problema grave e, de mim, vocês têm o absoluto apoio ao criticarem.

Mas também há outro problema grave: As pessoas saberem que aquilo é programado e criado EXATAMENTE para gerar uma maldita polêmica e, mesmo assim, darem piti - que se traduz, no final das contas, em audiência.

E entendam uma coisa: De uma forma ou de outra é DINHEIRO pra Globo. Vocês dando chilique ou assistindo sem dar a mínima.

O importante em tudo isso não é mostrar que está indignado. É mostrar para a Globo que não é isso que vocês querem ver na TV. A indignação nos dá mérito, mas pode vir a ser útil ao inimigo.

Que isso é repugnante? Que é horrível, desumano e doente da parte das pessoas? Elas até sabem. Se fosse na vida real, ficariam incrivelmente chocadas e repudiariam em níveis cavalares.

Até a GLOBO sabe.

Mas ela coloca isso no ar exatamente porque causa raiva. E raiva gera AUDIÊNCIA, que é o que eles querem.

Se quiser mostrar sua raiva, mostre. Mas mostre também que o necessário para combater esse tipo de coisas é NÃO DAR AUDIÊNCIA.

Reitero aqui que EU não sou o tipo de gente que fica falando o tempo todo pra não ver o Big Brother. Mas se é pra criticar um elemento clássico E PRIMORDIAL do programa - A PODRIDÃO - é melhor ir direto ao ponto e dizer:

NÃO VEJAM ESTA MERDA!

Beijo na bunda e até segunda.