Precisava escrever este texto por vários motivos.
Primeiro, para mim mesmo, para por em ordem algumas ideias sobre essa situação e não correr o risco de pagar de hipócrita à toa.
Segundo, para não deixar quem me conhece desorientado sobre minhas preferências pessoais na Fórmula 1 a nível de pilotos e equipes.
Sem mais delongas, vamos lá:
1. Sou fã de Sebastian Vettel. Gosto muito do alemão e o tenho na mais alta estima. O tetracampeão é um grande piloto e, a meu ver, muito carismático e divertido.
2. Sou fã de Kimi Raikkonen. É um piloto de grande qualidade técnica na pista quando quer, e sua personalidade fora dela dispensa apresentações e acumula simpatizantes. O finlandês é, de fato, muito carismático.
3. Tenho resquícios de um sentimento positivo pela Ferrari, oriundos das relações cristalinas entre a esquadra italiana e o alemão Michael Schumacher, que também dispensa apresentações, por motivos de: 72 vitórias e cinco títulos mundiais. Resquícios estes que se fundiram ao meu apreço pelos dois pilotos citados acima.
No último ano, a Ferrari conseguiu separar o joio do trigo. Demitiu (SIM, demitiu) Fernando Alonso (um dos pouquíssimos pontos positivos da administração de Marco Mattiacci) e os responsáveis pelo motor e pelos projetos dos carros, sem contar a renovação nos níveis mais altos da hierarquia. Resultado: Tem agora uma administração bem mais sólida, um piloto que ao mesmo tempo é um excelente colaborador de equipe e uma direção técnica que fez um carro decente. Conquistou meu respeito.
Paralelamente, a Red Bull foi na direção contrária. Vettel parece ter antevisto a crise na equipe dos energéticos. A incapacidade da Renault em fornecer um bom propulsor logo desencadearia uma crise de grandes proporções entre a alta cúpula de Red Bull e Renault e não tardaria, ainda mais se a equipe austríaca não voltasse a disputar bem nas posições mais à frente. Foi o que aconteceu. E as duas marcas estão em crise declarada.
Nesse meio tempo, fui entendendo quais eram minhas preferências e minhas prioridades em termos de torcida e afetividade. Sempre me identifiquei muito com Vettel e com o caráter descolado da Red Bull. Caráter esse que foi meio que desaparecendo ao longo do ano passado. Sebastian ficou apático e a Red Bull perdeu o páreo. Até eu fiquei desanimado ao longo do ano passado. Entendi um pouco o que sentiram os detratores de Vettel em anos de dominância do alemão, como em 2011 e 2013.
Mas, a priori, achei que Vettel e Ferrari não combinavam em vários sentidos, e com a equipe sob a sombra de Alonso, não achei que fosse um terreno fértil para o tedesco plantar seu pé de feijão.
Para minha grata surpresa, ledo engano.
A Ferrari desenvolveu um ótimo carro. Não um foguete, como adoram alardear os detratores de Sebastian. Mas sim um bólido afinadinho, sem necessidade de malabarismos para pilotar.
Sem falar na afinidade quase que imediata entre Vettel e a Ferrari, o que também me surpreendeu. Os resultados positivos dos testes e do primeiro GP, em Melbourne, que culminaram na primeira vitória do alemão com o macacão vermelho, foram sinais claros de que o tedesco já está adaptado ao clima de Maranello.
Ingredientes perfeitos para seguir em frente junto com Vettel, reanimar os resquícios de afetividade junto à Ferrari e deixar um pouco a Red Bull de lado.
Não que eu tenha deixado de gostar totalmente da Red Bull. Ainda tenho certo desejo que eles voltem ao páreo. Gosto de Daniel Ricciardo e o acho um piloto muito promissor.
Não é sintoma de vira-casaca quando as coisas vão mal, mas sim uma revisão e compreensão das minhas prioridades e afetividade no circo da Fórmula 1.
E fico feliz de ter conseguido desenvolver essas ideias nesse texto. E gostei de ter conseguido expor tudo isso com grande clareza e objetividade.
Atenciosamente,
Pádua.
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