25 anos depois, falemos do GP de Detroit 1987, né?!

Nesse mesmo dia 21/06, só que em 1987, ou seja, 25 anos atrás, acontecia a quinta etapa da temporada 1987 da Fórmula 1: O Grande Prêmio de Detroit, no Renaissance Center, que era próximo ao mar.

O Renaissance Center

Nelson Piquet já havia se acidentado nessa temporada. Isso, o mesmo acidente que mudou sua carreira para sempre, na curva Tamburello, em Imola, a segunda prova do campeonato mundial. Assim, com um Piquet que jamais voltaria a ser o mesmo, tudo estava, teoricamente, nas mãos do seu companheiro de equipe na Williams-Honda, Nigel Mansell. E parecia que o inglês vinha para uma prova fulminante nessa etapa de Detroit, pois ele emplacou um tempo fantástico : 1min39s264, mais de 1s4 à frente de Ayrton Senna, o segundo colocado, com a Lotus-Honda. Piquet ficaria apenas em terceiro, três décimos acima do compatriota, com Thierry Boutsen, da Benetton-Ford, largando ao seu lado.

Atrás de Boutsen, vinham : 

Alain Prost, da McLaren-Porsche

Eddie Cheever (Arrows-Megatron)

Michele Alboreto (Ferrari)

Teo Fabi (Benetton)

Riccardo Patrese (Brabham-BMW)

Derek Warwick fechando a lista do TOP-10, com a segunda Arrows-Megatron.

O final de semana tinha clima instável. Ninguém sabia se a corrida seria disputada com chuva ou pista seca. No frigir dos ovos, houve chuva apenas no sábado de noite e no domingo de manhã. À tarde, quando seria disputada a prova, o asfalto ficou seco o suficiente para que todos os pilotos pudessem largar de pneus lisos, ou "slicks", como queiram chamar.

Mansell tomou a ponta, com uma excelente largada, e deixou Senna e Piquet a comerem poeira. Cheever, Fabi e Alboreto largaram muito bem e ultrapassaram um conservador e paciente Alain Prost. Na volta de número 3, Piquet teve um pneu furado por ter freado tardiamente numa das curvas da pista, tendo que parar nos boxes para retardar o erro. Assim, Cheever assumiu a terceira colocação da prova.

O problema é que Eddie Cheever tinha em seu encalço a Benetton de Teo Fabi, que vinha se aproximando rapidamente. Na sétima passagem, o italiano tentou ultrapassar o estadunidense, numa manobra que acabou mal para Cheever, que só teve que voltar aos boxes e trocar pneus (com uma volta de atraso, diga-se), mas acabou muito pior para o próprio Fabi, que teve de abandonar por perder a dianteira de seu carro, um dano que se mostrou posteriormente irreparável.

Lá na frente, Senna vinha se aproximando de Mansell, mas decidiu guardar seus trunfos para o final, já com boa vantagem para o italiano Alboreto, com a Ferrari. Na volta 25, a caixa de marchas do italiano quebra e ele é forçado a abandonar, assim, entregando o terceiro posto ao paciente Alain Prost.

Nigel, que sofria de câimbras na perna direita, abrandou o ritmo para tentar apaziguar as dores. O problema nisso? Ayrton Senna começava a se aproximar novamente. Mansell, na tentativa de não perder muito tempo, foi aos boxes. Só fez piorar. 18 segundos foi o tempo gasto por ele nos boxes da Williams. Assim, Senna assumiu a ponta para não mais a perder. E quem disse que ele foi parar? Não. Seu jogo de pneus era bom o suficiente para terminar a corrida, foi o que ele pensou.

Mais uma vez sofrendo de dores físicas, Mansell pensou em desistir da prova, mas não. Foi guerreiro e permaneceu até o fim. Perdeu posições para Nelson Piquet, que vinha se recuperando de maneira fantástica lá atrás, para Alain Prost e também para Gerhard Berger, com sua Ferrari.



Daí, tudo ficou sussa, sussa para Ayrton Senna e sua Lotus, ainda mais com as ameaças de chuva que não se concretizaram. Era só isso que poderia tirar a vitória do brasileiro. Nelson Piquet (Williams-Honda) e Alain Prost (McLaren-TAG Porsche) completaram o podium. O destino presenteou o guerreiro Mansell, exausto, com a quinta posição e, salvo engano, 2 pontos. Corrijam-me se eu tiver errado. Eddie Cheever, com o Arrows-Megatron, também foi guerreiro após os problemas com Fabi no início da corrida e conseguiu  salvar o último ponto do dia.

Classificação final – GP dos EUA

Pos	No	Piloto	Equipe	Tempo	V	VL	Grid	Pts
1	12	Ayrton Senna	Lotus	1:50:16.358	63	30	2	9
2	6	Nelson Piquet	Williams	+33.819	63	0	3	6
3	1	Alain Prost	McLaren	+45.327	63	0	5	4
4	28	Gerhard Berger	Ferrari	+1:02.601	63	0	12	3
5	5	Nigel Mansell	Williams	+1 volta	62	33	1	2
6	18	Eddie Cheever	Arrows	+3 voltas	60	0	6	1
7	2	Stefan Johansson	McLaren	+3 voltas	60	0	11	0
8	10	Christian Danner	Zakspeed	+3 voltas	60	0	16	0
9	7	Riccardo Patrese	Brabham	+3 voltas	60	0	9	0
10	25	René Arnoux	Ligier	+3 voltas	60	0	21	0
11	3	Jonathan Palmer	Tyrrell	+3 voltas	60	0	13	0
12	14	Pascal Fabre	AGS	+5 voltas	58	0	26	0
NC	20	Thierry Boutsen	Benetton	Freios	52	0	4	0
NC	26	Piercarlo Ghinzani	Ligier	Embreagem	51	0	23	0
NC	4	Philippe Streiff	Tyrrell	Roda	44	0	14	0
NC	30	Philippe Alliot	Lola	Acidente	38	0	20	0
NC	27	Michele Alboreto	Ferrari	Câmbio	25	0	7	0
NC	24	Alessandro Nannini	Minardi	Câmbio	22	0	18	0
NC	9	Martin Brundle	Zakspeed	Turbo	16	0	15	0
NC	17	Derek Warwick	Arrows	Acidente	12	0	10	0
NC	16	Ivan Capelli	March	Falha Elétrica	9	0	22	0
NC	19	Teo Fabi	Benetton	Acidente	6	0	8	0
NC	21	Alex Caffi	Osella	Transmissão	3	0	19	0
NC	8	Andrea de Cesaris	Brabham	Câmbio	2	0	17	0
NC	23	Adrián Campos	Minardi	Acidente	1	0	25	0
NC	11	Satoru Nakajima	Lotus	Acidente	0	0	24	0

V=Voltas; VL=Voltas como líder