quarta-feira, 27 de abril de 2022

"I care a lot/Eu me importo" (2020)... ata




Este foi um filme que provocou certo furor em 2020, quando lançou, e muitas pessoas comentaram sobre ele. Eu demorei para assistir, admito, porque sou aquela pessoa que não sofre com o famoso FOMO - Fear of Missing Out, ou "medo de perder o bonde", para os íntimos. 

 E ao assistir "I care a Lot" ("Eu me importo", tradução praticamente literal dada pela Netflix no Brasil), acho que eu estava certo ao ignorar este filme, pois quando ele conseguiu minha atenção, quase nada do que me foi mostrado em tela valeu as quase duas horas de experiência fílmica, tamanhas as oportunidades perdidas no afã do diretor Jonathan Blakeson em contar uma história sobre duas "heroínas" badass. 

"Heroínas" entre aspas, claro, porque desde o começo da trama, você já é apresentado ao que as "heroínas" fazem: são duas golpistas que se utilizam das brechas no sistema judiciário, corrupção no sistema de saúde e da previdência social para roubar o dinheiro de uns velhinhos, que acabam totalmente tolhidos de seus bens e liberdade, e presos em asilos, ficando sob a tutela da protagonista, a curadora Marla Grayson, personagem interpretada por Rosamund Pike. O problema é que elas se deslumbram com uma idosa riquíssima e tentam colocá-la no esquema, sem saber que ela não é exatamente inofensiva. Aqui temos estabelecido o conflito.

O título do filme é, obviamente, o puro suco do cinismo. Até aí, estaria tudo bem, e isso seria uma ótima oportunidade de contar uma boa história, aproveitar a crítica social foda e levantar a bola de um debate necessário sobre como cuidamos de nossos idosos e sobre o que é, em verdade, o tal do "sonho americano", que, na prática, é só um eufemismo para "farinha pouca, meu pirão primeiro" que o liberalismo ama.

Só que o diretor-roteirista não se interessa por nada disso. Ao invés, procura contar uma trama recheada de bobagens, batidas narrativas lugar comum e conveniências de roteiro favorecendo ou desfavorecendo as protagonistas de maneira nada sutil.

O roteiro é uma merda completa, completamente recheado de conveniências narrativas favorecendo as protagonistas, com direito a antagonistas que são espertos ou burros ao sabor do conveniente também. É inacreditável. A protagonista principal é sempre fodona, esperta, não arrega pra ninguém, não perde a pose nem por um segundo, nem quando obviamente sua vida está em perigo, e consegue escapar até de um acidente de carro onde sua morte seria certa. Seu par romântico, Fran, vivida por Elza Gonzalez, não é menos foda e sobrevive a coisas improváveis como inalação de gás de cozinha por horas. Pois é, o roteiro não é nada sutil ao proteger suas personagens principais. A médica responsável pelos idosos é corrupta, o juiz é tão burro (ou tão conivente) que parece ter sido inspirado no Sergio Moro e o diretor do asilo dos velhinhos é pau-mandado. O esquema das golpistas depende de tantas variáveis frágeis para funcionar quanto seres humanos dependem de água para sobreviver e elas têm acesso a recursos que você olha e se pergunta como que elas conseguiram.

As atuações são OK na maior parte. Apenas Rosamund Pike se sobressai, parece que ela nasceu para este tipo de papel. Marla Grayson é cínica, debochada, afrontosa e nojenta, a atriz sabe disso e faz você odiar a personagem de maneira consciente. Os vilões, como já dito, são completamente emburrecidos pela trama. Peter Dinklage toca o foda-se aqui, está completamente caricato e não faz mais do que o típico chefão do crime, agindo com esperteza ou burrice quando o roteiro pede. Seus capangas não são muito melhores, são burros e obviamente suspeitos nas horas de suspense.

O filme é descrito como "drama cômico", mas não funciona como comédia. Ele na verdade é bem desconfortável o tempo todo, em nenhum momento senti vontade de dar uma única risada. E o filme faria piada com o quê? Com os velhos que perderam tudo? Cairia no extremo mau gosto. Como drama ele se sai ainda pior, pois não consegui me importar em momento algum com nenhum dos personagens, exceto, talvez, os idosos abusados, mas eles somem na metade do filme e a coisa fica só entre mocinhas e bandidos. O filme também poderia ser classificado como suspense, mas o suspense funciona muito pouco, eu teria que me importar com pelo menos alguém para funcionar, o que não é o caso. Todos os personagens são escrotos.

Sinceramente eu estava torcendo é para as golpistas morrerem no final ou algo assim, e é mais ou menos isso que acontece no final.

E na moral, alguém realmente se interessou pelo fato de as duas protagonistas formarem um casal lésbico? Belo casal LGBT que temos aqui, nada menos do que duas golpistas que roubam idosos. É uma caracterização completamente gratuita e que, se não acrescenta nada às personagens, só torna elas mais um ícone de ódio aos LGBT, servindo como um gatilho ao público geral sobre como pessoas LGBT seriam "problemáticas". Se essa for a tal "representatividade" que Hollywood tem disponível para os casais homossexuais, o pessoal tá bem servido... só que não. É uma caracterização completamente gratuita. Era melhor ter ido ver o filme do Pelé. 

"I care a lot" foi um desperdício do meu tempo. Felizmente não do meu dinheiro porque assisti pelo torrent. Mas em algum momento no futuro eu vou querer essas duas horas de volta.

Nota: 4,0

terça-feira, 19 de abril de 2022

Minha relação com Bloodstained: Ritual of the Night

Este texto NÃO será uma review completa de Bloodstained, e sim apenas um relato da minha experiência com o jogo desde a primeira vez que joguei.

Já falei algumas vezes sobre jogos aqui, é bem legal tirar um tempo para conversar sobre jogos que gostamos. Gosto de jogos desde que me entendo por gente, mas admito que a maioria dos que joguei, o fiz depois de mais velho, nos últimos 10 anos. Isso acontece porque não tive muito acesso a consoles ou um PC decente quando mais novo, e isso me fez perder bastante dos jogos. Apesar disso, tinha locadoras de videogame próximas à minha casa e por isso eu não fiquei totalmente à parte da diversão eletrônica. Mas só fui conhecer alguns dos meus jogos favoritos só quando comecei a ter acesso a emuladores no PC. 

E um dos que eu mais gostava era o emulador de Playstation. Se joguei muito Top Gear no Super Nintendo de meu irmão quando ia para a casa dele, o Playstation foi definitivamente o console com o qual mais tive contato/afinidade, especialmente os jogos de Crash, pois era o que tinha. Mas com o emulador em mãos, procurei outros títulos. E um dos que eu já tinha visto quando mais novo era Castlevania: Symphony of the Night, que havia sido lançado pela Konami em 1997. Um jogo que eu achava feio e antiquado na época do começo do 3D, pois o início da era dos jogos tridimensionais fez com que jogos 2D parecessem esquisitos para o público. Ainda hoje eu me deparo com pessoas que dizem que esse jogo é feio, o que é... esquisito. Bem, não preciso falar o quanto eu mudei de opinião: Symphony é um dos melhores jogos já feitos e salvou o 2D do limbo existencial, permitindo a continuidade do estilo com toda a força, em vários títulos, entre os quais Hollow Knight, Touhou Luna Nights, Record of Lodoss War e vários outros. Contudo, os anos se passaram, e embora o gênero Metroidvania (estilo fundado por Symphony e Super Metroid) tenha se tornado um dos mais populares dos videogames e Castlevania tenha tido vários títulos nos anos 2000, quase todos eles sucessos de vendas, a franquia hoje vive um limbo existencial devido à negligência da Konami. Essa é uma história longa e esse preâmbulo já está ficando grande demais.



Bom... ao jogo que dá título ao texto. Bloodstained Ritual of the Night foi criado por Koji Igarashi, criador de Symphony. Ele procurou várias empresas para tentar financiar o jogo, mas no fim, fundou o projeto no Kickstarter. Como os fãs de Castlevania estavam passando fome de jogos novos da franquia, enfiaram bufunfa até no rabo do Iga e no fim deu tudo certo e com sobras. Foram anos de desenvolvimento, mas finalmente o jogo ficou pronto em 2019 e foi lançado. Eu só fui jogar um ano depois, em 2020, quando a pandemia começou. Baixei no torrent. É um tipo de coisa que eu não recomendo para jogos independentes, mas eu estava sem dinheiro na época (continuo fodido hoje em dia, risos) mas depois comprei o jogo, a DLC e até a trilha sonora.

Por isso daí, já dá pra saber que eu gostei pra caralho do jogo, não?


Pois é. Gostei muito, foi um deleite jogar este jogo com a experiência de ter jogado alguns Castlevanias. Este jogo é feito para os fãs da série dos Belmonts, sem tirar nem por. Todos os aspectos foram devidamente inspirados. O jogo tem uma estética visual maravilhosa e cheia de charme. com a protagonista, a fragmentária Miriam, sendo estilosa, elegante, poderosa e sexy sem ser vulgar. Poderíamos discutir objetificação feminina aqui mas eu prefiro evitar a fadiga. E Miriam não chega nem perto de ser a personagem mais objetificada que já vi em jogos. Eu a acho até bem comportada. O visual gótico remetente à Europa do século XVIII é bem característico, embora não único, e traz ao jogo um certo ar de erudição. 

A trilha sonora de Michiru Yamane é um espetáculo à parte. Depositei muito amor nessa trilha, até mesmo gastando meu suado dinheirinho para consumi-la legalmente (ih ala, ele paga por música, risos). E realmente é uma trilha marcante. Não apenas porque repete muito do estilo musical de Symphony, mas eu consigo ver personalidade nessa trilha. Algumas faixas são verdadeiramente sombrias e assustadoras. É um conteúdo cheio de personalidade. Yamane realmente sabe fazer uma bela trilha. Michiru tem a parceria de alguns outros compositores, mas assina o trabalho como titular. Entre estas, há quatro trilhas que me marcaram muito e que estão entre as que eu mais escuto no celular: Voyage of Promise, Luxurious Overture, Vestiges of Corruption e Attack of the Grotesque. 

Não tem o que falar, na parte audiovisual, Bloodstained joga seguro.

Valac, o demônio dos dragões gêmeos: um desafio bem complicado e que tem um golpe que te mata instantaneamente, não importa a quantidade de vida que você tenha!

A gameplay é recheada de novidades e várias pequenas piscadelas para fãs, com vários "fragmentos" que funcionam como o sistema de almas de títulos como Aria of Sorrow ou as cartas de Circle of the Moon, uma quantidade absurda de itens variados, armas, alimentos que servem como cura e até um sistema de crafting relativamente engenhoso, mas um pouco intrusivo demais às vezes. Os chefes impõem algum desafio, principalmente no começo do jogo, e fazem você realmente desenvolver uma estratégia. Atacar a esmo é suicídio. Falo isso porque há metroidvanias que não conseguem fazer suas lutas contra chefes serem minimamente desafiadoras. 

Já a progressão... ela é embaçada. Ela não é tão confusa quanto Symphony of the Night, mas deixa a desejar por dois motivos: primeiro, ela não é tão óbvia em alguns momentos, fazendo você viajar de um canto a outro do mapa na lenta velocidade do passo da protagonista. Segundo, ela às vezes pode ser um porre, pois se você não está acostumado com jogos à moda antiga, neles você tinha que salvar seu progresso manualmente. Não salvou? Volta para o último salvamento que fez. Derrotou aquele chefe chato que te rasgou a alma e o orgulho e te fez morrer mais do que o Kuririn, mas não salvou o progresso e morreu? Se fodeu. Vai ter que lutar com ele de novo. Eu era acostumado com isso, mas os jogos atuais são tão recheados de pontos de salvamento automático que você fica desacostumado quando aparece um jogo como esse. E esse jogo pode ser bem difícil se você não estiver nos níveis certos e com os equipamentos certos. 

Sobre a história, bem... segue a mesma estrutura narrativa de todos os Metroidvanias de Koji Igarashi. É uma história manjada e só é sólida o suficiente para amarrar uma ponta da gameplay na outra, pois segue as mesmas batidas de roteiro: seu personagem começa fraco, vai ficando mais forte a medida que mata os inimigos, aparece um chefão falso para você derrotar, você precisa achar um item especial que lhe faça ver através do chefão falso para atingir quem ou o quê o está controlando, e depois precisa encarar uma nova área especial para derrotar o verdadeiro vilão, e só então encerrar o jogo com seu final verdadeiro. É um estilo tão característico do desenvolvedor que hoje jogos desse tipo são chamados de Igavanias. Podemos dizer que é uma história bem preguiçosa e que Igarashi é pouco criativo com as narrativas de seus jogos? É... Talvez sim. Mas sinceramente? Não me incomoda muito. Eu acredito que não haja tanto prejuízo em insistir nessa estrutura de roteiro. Eu gosto do que é apresentado aqui e consigo me divertir horrores com esse novo universo criado por Iga, mesmo ficando chateado às vezes jogando o jogo. 

Encaro este jogo como o Castlevania desta geração que a Konami nunca quis fazer, ocupada que está com jogos de azar e mobile. Sei que nos últimos anos foram fundados diversos metroidvanias muito melhores e inclusive muito mais baratos do que Bloodstained e que ele não é nada muito especial para um jogo, e que Iga não é o desenvolvedor de jogos mais criativo do planeta, preso ao jogo que o alavancou ao sucesso. Mas ao mesmo tempo, consigo ver que o cara tem amor pelos jogos que faz e coloca os melhores esforços para fazer bons conteúdos. Não é um aproveitador que faz jogos ruins propositalmente para ganhar dinheiro às custas da má fama do jogo. Igarashi, goste-se ou não, é uma lenda, pois conseguiu capturar a imaginação de uma legião de fãs. 

Uma boa parte desses fãs vai defender Ritual of the Night como a ressurreição de Cristo, um jogo perfeito e intocável em seus próprios méritos. Outros irão dizer que Bloodstained é uma decepção absoluta, um jogo absolutamente preguiçoso e sem graça. Eu, sinceramente, sei que o jogo não é nada demais quando comparado a outros do mesmo gênero, mas continuo realmente conseguindo aproveitar bem. Sem falar que todas as promessas do Kickstarter estão sendo cumpridas, o que é realmente o tipo de coisa que mostra o quanto o desenvolvedor respeita seus fãs. Inclusive, uma das coisas pelas quais Igarashi é conhecido é por solicitar aos fãs que não poupem os criticismos pesados ao material, tendo inclusive corrigido alguns problemas apontados pelos fãs. É um projeto feito com carinho e dedicação e que tem muito charme próprio. 

No fim, é um feijão com arroz que satisfaz e deixa o coração quentinho, com uma sensação de porto seguro para fãs que sofreram o pão que o diabo amassou nas mãos da detentora da franquia original.

Nem sempre é Shakespeare, mas é genuíno.




sábado, 16 de abril de 2022

MEDIDA PROVISÓRIA (2022)




Hora de falar de um dos melhores filmes de 2022, que abalou estruturas e que com certeza é um marco histórico no cinema nacional.

MEDIDA PROVISÓRIA é um filme de 2022, dirigido por Lázaro Ramos. O longa sofreu inúmeros atrasos ao seu lançamento, cortesia da Ancine. Deveria ter estreado há pelo menos dois anos. O órgão brasileiro de cinema, aparelhado pelo governo de Jair Bolsonaro, sentou em cima da liberação do filme e fez o que pôde para atrasar seu lançamento. Outros filmes de viés político-ideológico tidos como "de esquerda" sofreram do mesmo problema, como "Marighella", de Wagner Moura, há alguns poucos anos. Isto por si só já torna o trabalho de Ramos histórico. O filme é originado da peça teatral "Namíbia, Não!" de Aldri Anunciação, que também integra o elenco.

Falando nisso, o elenco inteiro dá um SHOW, aplausos e mais aplausos. O trio principal entrega MUITO. Taís Araújo está fodástica e Alfred Enoch entrega um papel sólido e cativante na pele do protagonista principal. Seu Jorge dá um certo respiro à opressão que domina o clima do filme, mas há uma cena onde você sente o tamanho do desespero do personagem e as cicatrizes emocionais dele abertas com muita força e para mim é, de longe, a melhor cena do projeto inteiro.

Ao elenco de apoio: é impressionante como eles conseguem intercalar a potência do elenco entre a força e a resistência de artistas pretos e pretas (Emicida, Tia Má, Hilton Cobra, entre vários outros) e a opressão dos vilões, que ou não têm coragem de mostrar o rosto, ou são descaradamente racistas de cara limpa mesmo, ou contam com a hipocrisia idiossincrática à brasileira. E aqui três nomes são especiais: Renata Sorrah, Adriana Esteves e Cláudio Gabriel. Os três entregam vilões que encarnam tipos de pessoas com as quais com certeza você ou eu já nos deparamos por aí: o político ou a servidora pública que tenta a todo momento disfarçar seu racismo e falha miseravelmente, ou a dondoca de classe média que não perde a oportunidade de destilar racismo enquanto se sente a própria Martin Luther King. O filme não se contém. Gosto da composição dos três e o filme não tenta em momento algum tornar seus vilões relacionáveis de alguma forma; em vez disso, os mostra como os miseráveis que são. 

É incrível ver como Lázaro Ramos dificilmente perde a mão na direção, o cara parece um veterano. Tem muita técnica e paixão combinadas, a fotografia do filme é foda e o trabalho de som torna tudo mais impactante. Gosto também da evolução dramática dos protagonistas, especialmente o personagem de Enoch, que começa idealista e cheio de fé no sistema e termina como o completo oposto, numa das cenas mais catárticas e satisfatórias do longa. Não tem diálogo com racista, é tratar na porrada.

Só em algumas cenas deu pra ver a mão pesada da direção, tais como em momentos onde os protagonistas vão de um ponto a outro e parece que nada acontece a eles porque protegidos pelo roteiro. E acho que o roteiro também perde a mão em uma certa cena que seria suposta a ser um julgamento, uma discussão de ideias, mas que pouco evolui em algo. Talvez o diretor e os roteiristas tenham tentado evitar excesso de expositividade, o que seria uma quebra de ritmo, mas senti que essa cena poderia ter sido bem melhor. Mas isso é algo mínimo e que não compromete o trabalho de modo geral.

Medida Provisória é brilhante, um filme que consegue levar às vias de fato tudo aquilo que a população pobre e preta deste país passa diuturnamente sem parecer forçado ou surreal; ao contrário, há várias cenas e diálogos do filme que de fato são inspiradas em diálogos e fatos ocorridos no mundo real. Mais do que um filme distópico sobre um futuro, Medida Provisória é um filme que fala sobre o hoje, o aqui e agora. Ora, agressões contra pessoas pretas e pobres não acontecem todos os dias no Brasil de maneira institucionalizada e trivial, quase banal?

Interessante como este filme estreia lado a lado com o filme do Harry Potter sem Harry Potter e consegue ser muito mais potente politicamente do que o filme que se pretende político. 

Tá a fim de ir ver um baita filme e não quer dar dinheiro para a autora transfóbica e repugnante? Veja o Dino Thomas metendo porrada em racista em um filme nacional, bem mais interessante.

Nota: 9,0