sexta-feira, 29 de abril de 2016

Sobre Guerra Civil: Uma aula sobre épicos (COM SPOILERS)



Capitão América: Guerra Civil lançou nessa quinta-feira (28) aqui no Brasil.

Pensei em ir ver no sábado. Acabei chutando o pau da barraca e vi ontem mesmo, na estreia.

E não me arrependi, no final das contas.

O filme é simplesmente uma das melhores adaptações de filmes de super-heróis de sempre.

Uma aula sobre como fazer filmes épicos. Aprende, viu, DCzinha, minha filha?

Tem tantos pontos positivos que é difícil enumerá-los de maneira coesa, pois são muitas as coisas que impressionam neste filme.

Mas vou tentar enumerar cada coisa bem direitinho.

Vamos aos pontos positivos.

1) Direção e roteiro cuidados com um esmero quase irretocável. A direção dos irmãos Anthony e Joe Russo é cirúrgica, tirando um errinho de continuidade aqui e ali, que não comprometem a qualidade do produto final.

O roteiro é fantástico.Christopher Markus e Stephen McFeely arrebentaram a boca do balão. Apesar de acontecerem várias coisas, a narração dos fatos não se atropela em momento algum e o ritmo é excelente, dá a sensação de estar sendo travada uma guerra, de fato. Cada fato é muito bem encaixado.

O filme equilibra muito bem o tom sombrio com as piadas, essas também encaixadas de maneira genial.

2) Devido justamente a isso, todos os atores estão maravilhosos em cena. TODOS. Desde os principais (Homem-de-Ferro e Capitão América, obviamente) até, por exemplo, o Gavião Arqueiro.

Todos têm uma participação muito sólida no filme.

Destaque ainda para a atuação mais dramática de Robert Downey Jr., que soube intercalar muito bem entre o Stark piadista e o Stark mais sério. Em Era de Ultron, Tony fazia piadas praticamente a cada 5 minutos.

Você não sente falta de uma aparição maior de nenhum, todos cumprem seu papel de maneira brilhante, com exceção, talvez, de Zemo.

3) Isso, para mim, fez a Marvel quebrar uma regra de ouro dos filmes de heróis: Nunca coloque vários personagens, sob pena de deixar o roteiro comprometido.

Aqui está a grande revolução de Guerra Civil.

Porque aqui, você não tem essa sensação de roteiro atropelado, de maneira alguma. A preparação de todos os filmes anteriores, que levaram a esse, deixou dispensável qualquer maior apresentação dos personagens, à exceção do Pantera Negra e do Homem-Aranha (dos quais falarei já, já).

Nenhum deles ficou sub-aproveitado, tampouco o roteiro foi prejudicado pelo excesso de personagens. Talvez tenha sido justamente ajudado por isso, dado o contexto de guerra.

4) Se em Batman vs Superman: A Origem da Justiça, o conflito ideológico é pouquíssimo explorado, aqui em Guerra Civil ele é explorado à exaustão.

E não é algo jogado ali de paraquedas. Durante todo o filme, os fatos que ocorrem são colocados sucessivamente de um jeito que fazem o espectador titubear sobre qual lado apoiar o tempo inteiro, de maneira que, ao final, ele esteja com condições de decidir sobre sua posição a respeito desse conflito.

5) Homem-Aranha e Pantera Negra.

Marvel did it again? Certamente.

Vimos, em 2h26min de filme, esses dois personagens serem introduzidos muito bem. Se, por um lado, tivemos T'Challa, um personagem praticamente desconhecido, por outro, Peter Parker dispensa apresentações.

O Pantera Negra nos é apresentado com a devida carga de drama, na reunião geral das Nações Unidas em Wakanda para deliberar sobre o Tratado de Sokovia.

A atuação de Chadwick Boseman é ótima e foi um excelente aperitivo para o filme-solo do personagem, que debutará nas telonas em 2017.

Já Peter Parker/Homem-Aranha, com mais de 50 anos de história e diversos interpretes anteriores no cinema, dispensava maiores apresentações. Tom Holland foi uma escolha acertadíssima para o papel do Cabeça-de-Teia.

O Homem-Aranha tem participação sólida na guerra e suas cenas de luta são impecáveis, assim como seus diálogos, que sem dúvida lembram os quadrinhos. O melhor Aranha de todos até aqui. Também excelente aperitivo para seu filme-solo, Homem-Aranha: De Volta ao Lar, que estreará em 2017.

Mortalmente ágil, tagarela, divertido. Deja vu.

Tivemos uma Tia May interpretada por Marisa Tomei (cá entre nós, uma MILF extremamente gostosa, falo mesmo), que deverá aparecer mais em De Volta ao Lar, e um Peter Parker extremamente jovem e novato no contexto da vida de super-herói.

Dispensaram a cena da morte do tio Ben - adequado, a meu ver - e já partiram logo para a entrada do Aranha no time do Homem-de-Ferro.

Mas, como nem tudo são rosas... Vamos aos pontos negativos.

Achei alguns probleminhas que, embora não comprometam o desenvolvimento geral do filme em si,  incomodam um pouco a sensação que tenho em relação ao Universo Cinematográfico Marvel como um todo.

1) Ninguém morre. NINGUÉM. MORRE. Isso é bem chato. No trailer, você até dá pra imaginar que o James Rhodes possa vir a morrer com aquela queda. Mas ele só perde o movimento das pernas, mesmo.

E vai recuperar. Tony Stark, que não é bobo, fez alguma coisa parecida com próteses estimulantes aos nervos das pernas dele.

E olhe que no original dos quadrinhos, é muito mais dramático em relação a isso. O drama maior do filme é, ora vejam, a revelação para Stark de que Bucky matou seus pais.

2) Helmut Zemo. Não tem nada a ver com o Barão Zemo dos quadrinhos, mas isso a gente até releva. O problema é que, em comparação aos heróis, ele não tem muito tempo de tela.

É até compreensível, porque as relações entre os heróis são o foco. Apesar disso, ele acaba sendo essencial para o desfecho do conflito, mas poderia ter aparecido mais, e melhor adaptado.

Mas a atuação de Daniel Bruhl é ótima. Como disse, todos os atores estão ótimos em cena.

3) O final ficou um pouco confuso, para mim. Não sei, tive uma sensação de que faltou alguma coisa, algum drama maior para finalizar.

4) Uns errinhos de continuidade, como em uma tomada o Stark, sem capacete, dar um soco no Capitão, e na tomada seguinte ele já estar com o capacete colocado. Bobagem, a meu ver.

Enfim, é um filme excelente, no final das contas.

Nenhum dos pontos negativos compromete o resultado final, que vale mais de uma ida ao cinema, com certeza.

Vou me despedindo por aqui.

Beijo na bunda e até segunda.

Nota: 9,5

sábado, 2 de abril de 2016

Sobre Alonso e Herbert

Fala, macacada! 

Tudo bão com vocês?

Então. Fiquei sabendo, pelas más línguas, que Johnny Herbert andou falando merda sobre Fernando Alonso.

Que "deveria tomar cuidado para que suas palavras sejam melhores que seu silêncio"

Fiquei curioso e fui procurar sobre a tal grande heresia.

Aí, li que o britânico disse que o espanhol "deveria se aposentar".

E fiquei me perguntando... qual a grande heresia em dizer uma coisa que tem certa razão em ser dita?

SIM, Herbert tem razão.

"Nossa, que absurdo, Padua! O Herbert perdeu uma grande chance de ficar calado, isso sim!"

Até um certo ponto, sim. Era um comentário que não precisava ser feito.

Mas Herbert tem razão.

Senão, vejamos: 

Alonso está com 35 anos. Na F1 atual, quanto mais jovem, melhor.

Tem mais dois de contrato com a McLaren. 

McLaren que, definitivamente, não vive seu melhor momento. 

McLaren que, em 2015, deu ao espanhol seu pior ano na carreira (chegando a perder para Button na classificação final). 

Seu último título está para completar 10 anos de poeira e aranhas fazendo caca.

Esse tipo de coisas desmotiva, a nível substancial, qualquer um.

O espanhol já teve seu melhor momento na F1.

Arrisco, sem medo de errar, que seu melhor ano na categoria foi em 2012.

Enfim. Tudo isso é fundamental para corroborar o comentário de Herbert.

Além do mais, a resposta atravessada e evidentemente descortês do espanhol é, a meu ver, prova de que ele já lida com essa possibilidade internamente. 

Outra coisa: Herbert não precisa ser nenhum Senna ou ter uma carreira esmeráldica na F1 para dizer o que disse.

O britânico, como todos nós que acompanhamos F1, fez uso de seu discernimento e capacidade de análise e observação.

E, teoricamente, segundo alguns, ele é ainda mais calejado para falar do que nós.

Ora, há quanto tempo Johnny Herbert convive no paddock da F1? Quase 30 anos?

O cara tem total respaldo para falar a merda que quiser.

E, neste caso, mais uma vez: ele tem razão.

Não importa o quanto Fernandinho tente pagar de Samurai com a língua da espada afiada no twitter.

O tempo está passando. As mágoas com a F1 se aprofundando. O terceiro título, esse está cada vez mais distante.

O apelido de "o melhor da atualidade" por mais que alguns fãs mais fervorosos do espanhol contestem, já não cola mais.

Aos poucos, a razão de Herbert está se concretizando em fatos. Fatos desde antes desse comentário.

Por isso que não é necessário fazê-lo.

No mais, parem de choradeira.

Beijo na bunda e até segunda.

EM TEMPO: O treino de hoje foi a mesma merda de duas semanas atrás. Por isso, não merece texto.